Deputados discutem situação de pacientes com sequelas no pós-AVC
A Câmara dos Deputados realiza hoje (4), a partir das 14h, audiência pública para discutir o cenário atual dos pacientes de AVC (Acidente Vascular Cerebral) que não procuraram ajuda médica nos primeiros sintomas da doença em razão da crise sanitária e deixaram de iniciar a reabilitação indicada após a doença, medida essencial para minimizar as incapacidades, evitar sequelas e proporcionar ao indivíduo o retorno o mais breve possível às atividades.
“Essa audiência marca o início de uma discussão dos gestores públicos com a sociedade para tornar a reabilitação no pós-AVC algo institucional a nível nacional e que enxerguem a importância e entendam que isso faz parte do retorno à funcionalidade e qualidade de vida do paciente”, contextualiza o neurologista Marcos Lange, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.
Com a presença de sociedades médicas, associações de paciente e parlamentares, um dos objetivos da discussão é reduzir a lacuna entre o tempo da alta do paciente com AVC e o início da reabilitação. De acordo com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), criada para disponibilizar assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia de saúde no âmbito Sistema Único de Saúde (SUS), a maioria dos sobreviventes de AVC precisa de reabilitação após sequelas neurológicas – cerca de 70% dos pacientes não retornam ao trabalho e 30% precisam de apoio para caminhar, caso não sejam tratados devidamente.3
O paciente tem acesso à reabilitação na rede pública de saúde, mas nem sempre sabe da disponibilidade do serviço e da importância da procura precoce pelas terapias após o AVC. Segundo o neurologista, esses tratamentos variam de acordo com a gravidade das sequelas do AVC. Entre as técnicas aplicadas estão: fisioterapia, sessões de fonoaudiologia, terapia ocupacional, tratamento medicamentoso e uso da toxina botulínica A.