Ferramenta indica falta de prontidão diagnóstica global para a prevenção, preparação e resposta a pandemias
A organização sem fins lucrativos FIND anuncia o lançamento do Índice de Prontidão Diagnóstica de Patógenos, uma ferramenta criada para avaliar a preparação diagnóstica, examinando a disponibilidade global de diagnósticos para 21 doenças-chave com potencial de surtos, epidemias e pandemias, como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e influenza.
O Índice, desenvolvido pela FIND e OneTandem, foi anunciado durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 no Rio de Janeiro, co-organizada pela Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), o Ministério da Saúde e a Fiocruz.
Ferramentas de diagnóstico precisas e acessíveis são essenciais para detectar e responder a surtos de doenças com eficácia. No entanto, o índice indica que o SARS-CoV-2 é o único patógeno com prontidão diagnóstica adequada. Para as outras 20 doenças com potencial de causar surtos, epidemias e pandemias, como dengue e chikungunya, a preparação global é insuficiente, colocando vidas e a segurança da saúde global em risco.
O Índice de Prontidão Diagnóstica de Patógenos avalia as doenças com base nos diagnósticos disponíveis, no status regulatório e na disponibilidade do perfil do produto alvo. Isso permite que a comunidade global, incluindo formuladores de políticas e desenvolvedores de diagnósticos, tome decisões informadas, aloque recursos e implemente ações para melhorar a capacidade de diagnóstico em todo o mundo. Os patógenos incluídos foram selecionados com base em listas de prioridade da Organização Mundial da Saúde (OMS), Gavi e outras organizações, além de estudos realizados pela FIND sobre doenças que causam surtos desde 2018.
A ferramenta preenche uma lacuna importante ao padronizar a avaliação da prontidão diagnóstica em nível global e regional, e ajuda a alcançar os objetivos estabelecidos por iniciativas existentes para acelerar o desenvolvimento de diagnósticos para a preparação contra pandemias, como o R&D Blueprint e a Missão dos 100 Dias, da OMS. Ao identificar áreas onde são necessárias melhorias rápidas e investimentos, a ferramenta pode auxiliar na redução do risco de pandemias e na proteção da saúde global.
“Uma resposta eficaz a pandemias se baseia em testes amplos. A Missão dos 100 Dias deixa claro que, dentro de 100 dias após a identificação de uma ameaça pandêmica, os testes diagnósticos devem estar disponíveis e acessíveis para todos,” disse Emmanuel Agogo, Diretor de Ameaças Pandêmicas da FIND. “Os resultados do nosso Índice mostram a necessidade urgente de acelerar investimentos e pesquisa para preencher essas lacunas preocupantes em nosso arsenal diagnóstico. Se continuarmos nesse ritmo e negligenciarmos a prontidão diagnóstica, estaremos nos encaminhando para outra catástrofe semelhante à Covid-19, e muitas vidas serão perdidas devido a surtos de doenças infecciosas que poderiam ser detectadas mais cedo com melhor acesso a testes em todos os níveis do sistema de saúde.”
“A próxima pandemia pode estar à espreita, e precisamos nos preparar para ela. Precisamos de ações robustas para fortalecer a prontidão diagnóstica, avançando no desenvolvimento de testes rápidos, confiáveis, acessíveis e disponíveis para doenças virais que podem causar a próxima epidemia ou pandemia mortal. Esses testes rápidos são essenciais para o desenvolvimento e teste de outras contramedidas de saúde pública importantes, como vacinas, em apoio à Missão dos 100 Dias,” afirmou In-Kyu Yoon, Diretor Executivo Interino de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas da CEPI.
O Índice de Prontidão Diagnóstica de Patógenos revela a falta de preparação diagnóstica e a necessidade de acelerar o acesso global a testes para doenças infecciosas. A ferramenta ajuda a comunidade global a identificar lacunas nos diagnósticos, facilitando a ação coletiva para melhorar a prontidão diagnóstica e garantir que o mundo esteja preparado para enfrentar uma nova pandemia.