Pesquisa inédita desenvolve teste rápido para monitorar sífilis
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) está desenvolvendo um produto inédito em benefício da saúde da mulher. É o Rapidsifi, um teste rápido para o acompanhamento da sífilis no organismo – especialmente necessário para impedir complicações mais graves em gestantes infectadas pela doença.
Isso porque, além de tratar a sífilis, as gestantes precisam fazer um monitoramento constante da evolução da infecção no corpo da grávida, feito por meio de testes. Para oferecer uma experiência menos invasiva e mais padronizada, Priscila Lora, professora da Escola da Saúde da Unisinos, teve a ideia de desenvolver a solução. A diferença é que a análise do material coletado será feita a partir de uma detecção eletroquímica, avaliando a quantidade de anticorpos no sangue. Isso permite um processo padronizado e traz mais agilidade ao resultado. Atualmente, o teste comum de monitoramento de sífilis é analisado por um profissional de saúde, o que retarda o diagnóstico.
Especialmente perigosa para gestantes, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) relativamente comum. De 2010, quando a doença passou a ser de notificação compulsória, até junho de 2021, foram identificados 95 mil casos de sífilis adquirida no Rio Grande do Sul. Os dados da Secretaria da Saúde do Estado apontam, além disso, aumento expressivo ao longo dos anos.
Teste rápido para monitoramento é inédito
O teste será destinado a quem busca fazer esse acompanhamento no tratamento para a doença. “Essa é a grande chave. Existem vários testes rápidos para descobrir se a pessoa está com sífilis ou não, mas não há um teste rápido para acompanhar o tratamento. O Rapidsifi vai beneficiar especialmente as gestantes, que são o grupo de risco de quem contrai a infecção”, explica Priscila.
Ainda em estágio inicial, o projeto deve receber validação em ambiente laboratorial em setembro de 2023. A próxima etapa é a de análise de disponibilidade para o mercado. Além de Priscila, estão na equipe de pesquisadoras a graduanda de Biomedicina Bruna Ferri e a mestranda de Engenharia Elétrica Duane Moraes.
Os testes rápidos são desenvolvidos em parceria entre a Unisinos e a Biosens, empresa da qual Priscila é CEO. O principal meio de fomento é o edital Catalisa ICT, no qual o projeto foi contemplado. Além disso, conta com um fomento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que envolve o uso de nanomateriais para biossensores.