SBPC/ML lança lista de recomendações do Choosing Wisely Brasil

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) lançou sua terceira lista de novas recomendações em práticas que envolvem exames de diagnóstico e intervenções em saúde. Desenvolvidas por uma força tarefa de patologistas clínicos, e por estímulo do movimento internacional Choosing Wisely, a ideia é disseminar escolhas mais acertadas que proporcionem melhor desfecho ao paciente.

“A American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation) criou esse movimento há 12 anos para estimular os profissionais da área de saúde e pacientes a conversarem sobre o uso correto e de exames – o que envolve também acertar o momento adequado de solicitá-los – e intervenções, evitando procedimentos desnecessários ou com potencial de dano. Há procedimentos com riscos e alternativas para determinadas condutas”, explica a diretora de Comunicação da SBPC/ML, Annelise Correa Wengerkievicz Lopes.

Um dos coordenadores do Choosing Wisely Brasil, o médico Guilherme Barcellos, intensivista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) destaca que a essência da escolha inteligente reside na avaliação cuidadosa da adoção de tratamentos respaldados por evidências científicas. “Evita-se duplicações de exames ou procedimentos, minimiza-se riscos e prioriza-se a real necessidade visando proporcionar um cuidado ao paciente que seja tanto seguro quanto eficaz”, explica.

A força tarefa da SBPC/ML selecionou 10 recomendações iniciais, que foram então submetidas à votação dos associados da SBPC/ML para escolha da lista final de 5 recomendações. E a redação final das 5 recomendações foi submetida à avaliação de todos os comitês técnicos que compõem a SBPC/ML. Veja abaixo a lista com as 5 novas recomendações:

1 – Não solicite sorologia para Helicobacter pylori

Exames para o diagnóstico de infecção por Helicobacter pylori só devem ser solicitados naquelas situações em que existe indicação de tratamento caso o resultado seja positivo. A avaliação sorológica para determinar a presença ou ausência de infecção por H. pylori não é considerada clinicamente útil. Quando indicado, existem métodos alternativos que demonstram maior utilidade clínica, sensibilidade e especificidade. O American College of Gastroenterology e a American Gastroenterology Association recomendam o teste respiratório da urease e a pesquisa do antígeno fecal como as modalidades de exame preferenciais para infecção ativa por H. pylori, nos casos em que a investigação diagnóstica esteja indicada.

2 – Não repita o exame HbA1c (hemoglobina glicada) em menos de 3 meses em pacientes estáveis

A vida útil da HbA1c é de aproximadamente 90 a 120 dias, e os efeitos completos de uma mudança de comportamento, dieta ou ajustes de medicamentos não serão totalmente apreciados até que toda a HbA1c em circulação seja substituída (aproximadamente 90 dias). Portanto, testes em intervalos de tempo inferiores a 3 meses podem não oferecer um prazo suficiente para avaliar se o objetivo esperado pelo médico foi atingido. A realização de HbA1c em intervalos de 6 meses pode ser recomendada em indivíduos que alcançaram consistentemente as metas glicêmicas.

3 – Não utilize o Tempo de Sangramento para guiar decisões clínicas

O Tempo de Sangramento é um exame antigo, que vem sendo substituído por outros, que avaliam a coagulação de maneira mais confiável. Não foi estabelecida relação entre o Tempo de Sangramento e o risco real de sangramento do paciente. Existem outros exames da coagulação disponíveis para avaliar o risco de sangramento do paciente.

4 – Não solicite Procalcitonina sem um protocolo bem estabelecido, baseado em evidências

A Procalcitonina é um biomarcador que tem sido utilizado para identificar pacientes com certas infecções bacterianas, como por exemplo sepse. O uso apropriado inclui dosagens seriadas (normalmente diárias) em pacientes selecionados (por exemplo, pacientes com febre e infecções graves presumidas, para os quais foi iniciado antimicrobiano). Dessa maneira, ela auxilia na identificação de pacientes de baixo risco com infecções respiratórias que não se beneficiariam de terapia antimicrobiana, e na diferenciação entre contaminantes de hemoculturas (ex.: Staphylococcus coagulase negativos) de infecções verdadeiras. Quando utilizada de maneira apropriada, leva a oportunidades significativas de redução do uso desnecessário de antimicrobianos. A super utilização de agentes antimicrobianos está diretamente relacionada ao desenvolvimento de resistência antimicrobiana, de forma que o uso criterioso destes agentes deve ser garantido. Quando a Procalcitonina é mal utilizada e os algoritmos estabelecidos não são seguidos, o exame perde seu significado, há custo, mas não benefício ao paciente. Estes cenários ocorrem com frequência quando não há um protocolo institucional bem estabelecido e baseado em evidências. É importante que o laboratório e a liderança da unidade de terapia intensiva estabeleçam os protocolos mais apropriados para o contexto local e monitorem o uso adequado do exame.

5 – Não utilize swabs para coleta de amostras para cultura microbiológica em espécimes cirúrgicos

Para a recuperação ideal dos microrganismos, sempre que possível, devem ser enviadas amostras de tecido ou fluidos e secreções coletadas em seringas ou frascos estéreis. Apesar destas recomendações, muitos laboratórios continuam recebendo swabs, mesmo em situações nas quais amostras de tecido ou fluidos e secreções estão disponíveis. Em alguns casos, ambos (tecido e swab) podem ser coletados simultaneamente para cultura. Amostras de swab não são ideais para exames microbiológicos porque, neste cenário, amostras de tecido ou fluidos e secreções têm maior especificidade e são mais propensas a refletir o processo patológico que está sendo investigado e há evidências de que os swabs não oferecem benefícios, aumentando os custos. A eliminação de swabs, sempre que possível, e o envio apenas de tecidos ou fluidos e secreções resolve estes problemas e resulta em um uso mais eficiente dos recursos e do pessoal do laboratório.

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