O papel da filantropia na ampliação do acesso à saúde no Brasil
Por Marcelo Cunha e Luís Tibana
A medicina está em constante evolução e a atuação conjunta entre as esferas pública e privada tem demonstrado uma forma eficaz para desenvolver soluções e aprimorar o cuidado em saúde. A filantropia é um caminho promissor para melhorar a qualidade da assistência oferecida à população e tem contribuído para ampliar o acesso à saúde e otimizar os recursos destinados para o setor.
Atualmente, há cerca de 2,6 mil instituições filantrópicas no Brasil, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Essas entidades, de direito privado e sem fins lucrativos, prestam diversos serviços a 900 municípios brasileiros que não são atendidos por nenhuma esfera governamental na saúde e na educação, segundo dados do Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (FONIF). Muitas delas contribuem para o setor público de saúde, onde mais de 190 milhões de pessoas são atendidas pelo Sistema Único de Saúde.
Diante dos inúmeros desafios de saúde que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos, o papel das instituições filantrópicas de saúde é fundamental para a alocação de recursos no SUS. A partir desta iniciativa é possível investir mais em soluções relacionadas a diferentes áreas, entre elas, diagnóstico e atividades de ensino, pesquisa e extensão. O retorno é o resultado de uma soma de ativos, em que conseguimos unir atendimento humanizado, centralização do paciente na jornada de cuidado, tecnologia de ponta, além de eficiência na gestão dos recursos.
É importante ressaltar também o papel dos médicos no atendimento de saúde humanizado e de qualidade para a população. Esses profissionais são responsáveis pela conscientização da população sobre a prevenção de doenças, diagnóstico precoce, adesão ao tratamento e qualidade de vida. Além de ajudarem na saúde das pessoas, contribuem para a sustentabilidade do sistema, evitando que casos clínicos se agravem e que haja desperdício na assistência.
Os profissionais da saúde e as instituições filantrópicas atuam com muita sinergia no sistema de saúde público brasileiro, colaborando com os governos municipal, estadual e federal para promover o acesso universal à saúde, conforme estabelecido pela Constituição. O compromisso social do setor público, entidades filantrópicas e médicos permite implementar soluções inovadoras que melhorem a experiência durante a jornada do paciente e impulsionar ações que promovam mais qualidade de vida.
Com esse propósito, a filantropia tem despontado como um mecanismo muito relevante na transformação da saúde no Brasil, dando condições e garantindo que pessoas tenham cada vez mais acesso a serviços assistenciais de qualidade.
*Marcelo Cunha é CEO de FIDI e Luís Tibana é superintendente médico da FIDI.