20% das brasileiras nunca realizaram exame Papanicolau

O exame citopatológico do colo do útero (conhecido como Papanicolau) pode reduzir de 60% a 90% dos casos e custa apenas 7 reais para o SUS. Apesar disso, 20% das mulheres das capitais brasileiras nunca o realizaram na vida. A taxa é ainda maior entre as mulheres mais novas: na faixa etária entre 18 e 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame na vida. Entre as mulheres de 25 a 34 anos, esse índice é de 26,4%. Os dados são do Observatório de Atenção Primária à Saúde da Umane com base nas informações da nova pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que acaba de ser divulgada, e se referem ao ano de 2021.

Os índices de realização do exame variam bastante de acordo com as capitais. Em Maceió (AL), 40% das brasileiras nunca fizeram o Papanicolau. Já em Florianópolis (SC) esse índice é de 14,9%, o que escancara as diferenças regionais. A realização do preventivo pode ter sido impactada pelas medidas sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19 no Brasil desde 2020.

O câncer de colo do útero matou 9500 mulheres no Brasil em 2019, segundo o Ministério da Saúde. É o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A incidência é de 16.4 por 100 000 mulheres, acima da média global de 13.1. A experiência de alguns países desenvolvidos mostra que a incidência do câncer do colo do útero foi reduzida em torno de 80% onde o rastreamento citológico (por meio do Papanicolau) foi implantado com qualidade, cobertura, tratamento e seguimento das mulheres (WHO, 2007).

Uma pesquisa, que revisou e avaliou 69 estudos sobre maneiras de aumentar a realização de medidas preventivas contra este tipo de câncer, concluiu que avisos por cartas são a maneira mais efetiva de recrutar mais mulheres para o exame.

Nova plataforma reúne dados sobre doenças crônicas para embasar políticas públicas

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) fazem parte da rotina diária de mais da metade dos brasileiros, são responsáveis por 70% de todos os óbitos anuais e representam gastos bilionários aos cofres públicos. Informações sobre fatores que podem causar ou agravar essas doenças são essenciais para elaborar melhores políticas públicas para reduzir sua incidência. A partir de agora é possível acessar dados atualizados sobre os principais fatores de risco e sobre as DCNTs mais prevalentes com apenas alguns cliques por meio de uma nova plataforma: o Observatório da Atenção Primária à Saúde. A iniciativa foi desenvolvida pela Umane, uma associação civil independente e sem fins lucrativos dedicada a apoiar, desenvolver e acelerar iniciativas de prevenção de doenças e promoção à saúde no âmbito da saúde pública.

A ferramenta permite que qualquer pessoa acesse dados do Ministério da Saúde e de outras bases de dados públicas e confiáveis de maneira amigável, ágil e simples. A plataforma inova ao reunir e a organizar esses dados de maneira acessível e, sempre que possível, disponibilizados para todos os municípios do Brasil. Com isso, espera-se contribuir não só para a geração de conhecimento, mas também para as políticas públicas de saúde, com foco na prevenção das DCNTs e no fortalecimento da Atenção Primária. A plataforma estará em contínuo aperfeiçoamento e hoje já trabalha com 16 bases de dados diferentes, entre elas o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), o Sistema de Informações Hospitalares (SIH), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Vale destacar que, com intuito de permitir um diagnóstico completo dos municípios, a plataforma também traz algumas informações socioeconômicas como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

“As informações podem subsidiar estudos, planejamento de políticas públicas e planejamento de projetos aos atores diversos do setor de saúde”, afirma Thais Junqueira, superintendente da Umane. “Nossa ideia é contribuir para a geração de conhecimento e para a tomada de decisão baseada em evidência”. Justamente por isso a plataforma tem como público-alvo gestores de políticas e programas, profissionais da saúde, instituições do terceiro setor, pesquisadores, estudantes e demais pessoas interessadas em informações sobre saúde no Brasil.

Os dados da plataforma estão organizados em quatro grandes temas: (1) dados socioeconômicos, como acesso a saneamento básico e habitação; (2) condições crônicas priorizadas, que tratam das DCNTs mais prevalentes, como hipertensão, obesidade e diabetes; (3) fatores de risco modificáveis, que podem agravar as DCNTs mas podem ser evitados, como consumo de álcool, cigarro e alimentação não saudável e (4) atenção primária à saúde, como acesso e cobertura de serviços de saúde. Para cada tema, há uma série de indicadores disponíveis para a consulta, dependendo do assunto, como: gastos com internação hospitalar, mortalidade pela doença crônica, prevalência, número de internações e de dias de internações, entre outros.

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