Por que os pacientes oncológicos não estão na lista de prioridades da vacina?

Com a liberação de duas opções de vacina contra a Covid-19 pela Anvisa, anunciada no último domingo (17/01), um dos questionamentos que tem sido levantado é a não inclusão dos pacientes oncológicos nas listas de prioridade. Apesar deste fato, pessoas com câncer que se encaixam nos critérios de vacinação por critérios de idade têm dúvidas sobre se poderão ou não ser imunizados.

Segundo o oncologista Daniel Gimenes, do Grupo Oncoclínicas, há vários pontos importantes que devem ser levados em questão ao analisar esse fato. O médico explica que, em agosto de 2020, publicações renomadas como a do Memorial Hospital, de Nova York, e de Oxford, apontaram, após avaliar casos ocorridos dentro da própria ala oncológica, que os pacientes com tumores sólidos tiveram os mesmos riscos, mesmos períodos de internações e chances de cura do que qualquer outro que não tivesse a doença. “Isso nos trouxe uma certa tranquilidade e conseguimos manter alguns pacientes em tratamento”, conta.

Daniel Gimenes ressalta que a taxa de mortalidade entre os pacientes oncológicos observada até o momento é muito baixa. De acordo com o médico, a grande preocupação está com aqueles que são considerados “vasculopatas”, que integram o grupo de risco por seus critérios clínicos associados, como idade avançada, hipertensão severa, diabetes, obesidade, antecedente de doenças como infarto ou trombose, entre outras.

Juntam-se a eles ainda os pacientes hematológicos, portadores de tipos de câncer como leucemia, linfomas, mieloma múltiplo e, principalmente, os receptores de transplante de medula. Daniel Gimenes afirma que, no caso dos transplantados, a preocupação ainda é dobrada, por conta da imunossupressão muito intensa.

O oncologista do CPO Oncoclínicas ressalta que os pacientes com câncer não só podem, como devem receber a vacina. “Tanto a de Oxford como a Coronavac são desenvolvidas seguindo os métodos tradicionais de vacina, o que não coloca em risco quem está em tratamento para o câncer”.

O critério para a escolha de quem integrará a relação de beneficiados levará em conta não o diagnóstico de câncer, mas sim os critérios clínicos gerais de cada indivíduo. “Se um paciente com tumor maligno está bem e não apresenta qualquer outra comorbidade associada, nem tampouco faz parte do grupo considerado de risco por critérios de idade, com certeza ela não estará na primeira ou segunda leva de convocados para a vacina. Talvez nem na terceira. E isso não deve ser um fator de ansiedade ou preocupação”, afirma Daniel Gimenes. Ele frisa ainda que, de forma geral, os diferentes tipos de câncer ainda não fazem parte dos critérios de escolha para recebimento da vacina.

Daniel Gimenes, do Grupo Oncoclínicas

“Apesar de não haver ainda pesquisas específicas realizadas com este grupo de pessoas, considerando o conhecimento adquirido com outros tipos de imunizantes, vacinas desenvolvidas a partir de vírus inativado ou fragmentado não oferecem riscos para quem tem câncer. De toda forma, a recomendação é que o paciente oncológico busque aconselhamento específico com a equipe médica responsável pelo seu acompanhamento direto para que avaliem, conjuntamente, a melhor decisão”, explica o oncologista.

O que já se sabe sobre o plano de vacinação para Covid-19

No estado de São Paulo, único do país que conta com uma agenda própria até o momento, a previsão de início da imunização com uso do Coronavac é 25 de janeiro de 2021. A parcela da população paulistana a ser contemplada em um primeiro momento é composta por profissionais da área de saúde que estão na linha de frente contra o novo coronavírus, indígenas, quilombolas e os idosos com mais de 60 anos, de forma escalonada. Estimativas do Governo estadual indicam que 77% dos óbitos pela Covid-19 estão concentrados nesta faixa etária.

Já no restante do Brasil o clima é ainda de expectativa para a aprovação de uma das alternativas de vacina disponíveis pelos órgãos nacionais competentes. Mas apesar da aplicação de um imunizante contra o novo coronavírus ainda não ter uma data federal prevista, o Ministério da Saúde anunciou um plano preliminar que indica que as doses, quando liberadas, serão distribuídas em quatro fases, priorizando diferentes grupos da população:

  • Fase 1: trabalhadores da área de saúde, idosos com mais de 75 anos e pessoas acima de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência.
  • Fase 2: idosos de 60 a 74 anos em qualquer situação.
  • Fase 3: pessoas que apresentem condições de saúde relacionadas a casos mais graves de Covid-19, tais como problemas respiratórios, diabetes, hipertensão e obesidade.
  • Fase 4: professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população carcerária.

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