Na oncologia, a patologia é o começo da jornada

Por Katia Ramos Moreira Leite

A visão multidisciplinar em todas as ciências é uma prática que traz os melhores resultados. Na Medicina não é diferente. O médico patologista é especializado na arte e ciência do diagnóstico e sua contribuição é fundamental junto aos demais colegas de profissão das diversas especialidades. Atua ao lado de clínicos, oncologistas, cirurgiões, radiologistas, radioterapeutas, entre outros, sendo um link essencial na cadeia de cuidados do paciente.

Considerado o pai da Patologia moderna, o médico Rudolf Virchow atuava como clínico e a sala de autópsia era onde ocorria o aprendizado, com questionamentos como: o que causou a doença? E como e quais órgãos foram afetados? Foi desse modo que se inaugurou a Anatomia Patológica e a Patologia Celular que agora inclui a Patologia Molecular. Todas com um papel fundamental para o diagnóstico preciso e a escolha do tratamento eficaz.

É no tratamento do câncer que a Patologia Molecular tem seu maior alcance, pois possibilita um tratamento específico, personalizado. O conhecimento das vias de carcinogênese abriu um novo capítulo no diagnóstico e tratamento do câncer. Quando se conhece a causa, torna-se mais simples o combate à doença.

Há que se adaptar e desenvolver estratégias na detecção de câncer e nos tratamentos antitumorais associados a características clínicas distintas, perfis moleculares exclusivos e microambiente tumoral para cada paciente.

Um diagnóstico preciso e o uso de medicamentos direcionados de forma molecular trouxeram avanços significativos no tratamento de câncer nos últimos 10 anos. Nas instituições de saúde voltadas ao atendimento de pacientes com câncer e ao rastreio da doença, fica evidente a importância do patologista no diagnóstico e no auxílio à definição do tratamento, participando ativamente de uma equipe multidisciplinar.

Na Oncologia, a Patologia é o começo do caminho de qualquer jornada. Sem essa especialidade médica, não sabemos o que irá ser tratado. Quem já teve câncer, conhece, pois aguardaram com enorme expectativa o relatório da Patologia.

Na Oncologia, os testes moleculares detectam alterações estruturais e funcionais no DNA, RNA e nas proteínas que identificam biomarcadores em potencial. As sequências de genes contidas no DNA e transcritas em RNA, são posteriormente traduzidas em proteínas que exercem funções celulares. Ao reconhecer essas alterações é possível alcançar um tratamento personalizado já que vários medicamentos podem agir em alvos específicos das vias moleculares.

No dia a dia do diagnóstico de câncer, os patologistas fornecem informações para seleção, desempenho e interpretação de testes diagnósticos, além de avaliar as implicações dos resultados nas decisões de cuidados. O diagnóstico, feito pelos patologistas, é fundamental para a definição e sucesso do tratamento. (Artigo publicado originalmente no Jornal da USP)


*Katia Ramos Moreira Leite é professora da Faculdade de Medicina da USP e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

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