Cerca de 45% dos médicos apresentam algum quadro de doença mental

Com rotinas de trabalho que podem ultrapassar 70 horas semanais e uma pressão constante pela excelência em toda jornada, médicos enfrentam condições que favorecem o esgotamento emocional. Nova pesquisa Qualidade de Vida do Médico, realizada pelo Research & Innovation Center da Afya, ecossistema de educação e tecnologia em medicina, mostra que cerca de 45% desses profissionais apresentam algum quadro de doença mental.

“A formação médica exige dedicação integral, o que, somado à cobrança por excelência e à dificuldade de reservar tempo para si, pode favorecer o esgotamento emocional”, destaca Stella Brant, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

Burnout, ansiedade e depressão

Em comparação com o ano anterior, o estudo Qualidade de Vida do Médico aponta um aumento de 13% no número de profissionais que relatam algum quadro de doença mental, um retorno ao patamar observado no período pós-pandemia.

O recorte de gênero também chama atenção: 51,8% das médicas foram diagnosticadas com algum transtorno em 2025, frente a 46,8% no ano anterior. “O aumento geral desses números pode estar relacionado à maior conscientização sobre saúde mental, que tem levado mais médicos a reconhecer sintomas, buscar apoio especializado e obter diagnósticos adequados”, explica o médico Eduardo Moura, que está à frente do Research & Innovation Center da Afya.

O estudo também aponta que 1 a cada 2 médicos (58,2%) já vivenciaram algum grau de esgotamento relacionado ao trabalho, enquanto 4 em cada 10 convivem com um diagnóstico de transtorno de ansiedade. Apenas 24,7% dos respondentes afirmam nunca ter apresentado sintomas de ansiedade — o que significa que mais de 75% já vivenciaram algum grau de sofrimento ansioso ao longo da vida.

A pesquisa também busca avaliar o número de diagnósticos de depressão entre médicos e médicas e se há tratamento e acompanhamento com um especialista.

No caso específico da depressão, apenas 36,1% nunca apresentaram sintomas — ou seja, quase dois terços da amostra já vivenciaram, em algum grau, experiências depressivas. Além disso, 22,6% já foram diagnosticados em algum momento e atualmente não convivem com a condição. Hoje, 41,3% manifestam sintomas de depressão, sendo 25,7% diagnosticados formalmente com a condição. Ainda assim, parte desse grupo não realiza acompanhamento com especialista.

As mulheres relatam a condição com mais frequência em todas as etapas do ciclo da doença. Elas são maioria tanto entre aquelas que têm diagnóstico atual e fazem acompanhamento (25,1%, contra 18,2% dos homens) quanto entre as que já foram diagnosticadas (24,6% contra 20%).

“Os números mostram que o sofrimento emocional dos médicos não é pontual, é estrutural. Altos índices de ansiedade, burnout e depressão, somados às desigualdades de gênero, revelam a urgência de reposicionar o cuidado com quem cuida como prioridade estratégica. Isso exige políticas contínuas, integradas e sensíveis às realidades da profissão. Mais do que estatísticas, os dados escancaram urgências humanas que o país não pode mais ignorar”, conclui Eduardo Moura.

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