Humanização sem abrir mão da digitalização na saúde

Por David Bueno

Não é de hoje que se comentam os impactos causados pela tecnologia. Estamos diante de uma realidade em que as mudanças se mostram mais dinâmicas e, cada vez mais, velozes. A interação por meio das redes digitais também não é novidade. O que poderíamos, então, considerar como turning point? O que tem mudado na relação entre homens e máquinas?

Durante muito tempo, acreditou-se que a interação com as telas fosse um processo resolutivo de captura de dados, porém, fadado a uma troca de informações distante de qualquer possibilidade de uma abordagem humanizada. Não podemos negar que, até determinado momento, isto aconteceu, mas fazemos parte de uma sociedade dinâmica que se adaptou à tecnologia e o caminho inverso teve que acontecer.

A estratégia digital foi intensificada com a pandemia que acelerou todos os setores, inclusive, a saúde que já vinha passando por mudanças. Vivenciamos avanços científicos advindos das pressões impostas pela tecnologia.

As pessoas passaram a ter um comportamento mais ativo e o setor de saúde migrou de um modelo pautado na doença (disease centricity) para outro mais orientado ao paciente, conceito conhecido como patient centricity. Em resumo, os pacientes estão informados e querem se sentir acolhidos para que possam tomar decisões e fazer escolhas significativas sobre seus cuidados.

No processo de adaptação desta nova realidade, a indústria precisou ter ouvidos atentos e estar aberta ao diálogo de forma a fazer com que a jornada de seus consumidores seja uma experiência agradável, levando em consideração suas preferências. Um desafio para as healthtechs quem tem como um de seus objetivos a otimização de processos.

Como mensurar, então, a satisfação do paciente? Quando o básico passa a ser o diferencial e, ao longo do processo; acessibilidade, assertividade, aderência e confiança são palavras se destacam.

Em resumo, transformar a experiência e cultivar as relações com o paciente de forma personalizada é um caminho que deve ser trilhado para garantir um impacto direto de qualidade de saúde, sobretudo, de vida.


*David Bueno é CEO da healthtech Shield Company.

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