Hospital São Francisco inaugura ala para internação psiquiátrica de adolescentes
A pandemia afetou a saúde mental dos brasileiros de todas as idades. Pesquisa recente do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), revela que 56% dos entrevistados disseram que algum adolescente da casa apresentou pelo menos um sintoma relacionado à saúde mental, como mudanças repentinas de humor, alteração no sono, diminuição do interesse em atividades rotineiras e preocupações excessivas com o futuro. Esse cenário levou a direção do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), no Rio de Janeiro, a inaugurar uma nova ala no Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI) Papa Francisco, voltada exclusivamente ao tratamento e a internação psiquiátrica de jovens com idades entre 12 e 17 anos.
“Temos percebido uma demanda crescente de internação psiquiátrica nessa faixa etária e há uma insuficiência de leitos disponíveis para esse perfil da população no Rio de Janeiro. Isso nos motivou a direcionar a nossa expertise em saúde mental também a esse novo público”, explica Guilherme Costa, diretor médico do HSF. O PAI está completando 8 anos de atividade e é a única emergência psiquiátrica 24h com internação dentro de um hospital geral no Rio de Janeiro.
O PAI oferece atendimento psiquiátrico e multidisciplinar a pessoas com transtornos mentais e por uso de drogas, em casos em que haja necessidade de internação e cuidados integrais, como quando há ideação suicida com planejamento ou o paciente representa risco para ele próprio ou para outras pessoas. O Polo conta com uma equipe de médicos psiquiatras e clínicos exclusivos para o serviço. Possui ainda psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistente social, nutricionista, educador físico e equipe de enfermagem especializada.
“Recebemos pacientes com os mais diversos transtornos mentais: psicóticos, pessoas com transtorno bipolar esquizoafetivo, de personalidade como Borderline, depressivos e/ou ansiosos, pacientes pós-tentativa de suicídio. Também damos suporte às famílias que muitas vezes também estão adoecidas e fragilizadas por conta dessas situações. Atendemos também pessoas com transtorno de uso de substâncias e dependências químicas, inclusive por uso abusivo/nocivo de psicotrópicos”, conta a psiquiatra e coordenadora do serviço, Lívia Guerra.