Laboratório do Hospital Erasto Gaertner conquista certificação
O Laboratório de Citometria de Fluxo do Hospital Erasto Gaertner (HEG), em Curitiba, é um dos 10 em todo o país contemplados com a certificação que avalia o procedimento no atendimento a pacientes com leucemia. A certificação foi concedida pela Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e pela biofarmacêutica multinacional Amgen.
A presença do HEG na seleta lista, divulgada em abril último, é resultado de uma avaliação baseada em critérios rigorosos para os laboratórios que aplicam o protocolo Euroflow na averiguação da Doença Residual Mínima (DRM) em LLA B (Leucemia Linfoblastica B Aguda), um método avançado e bem mais preciso que os antecessores. A técnica oferece mais sensibilidade na detecção de resíduos das células leucêmicas na medula óssea, assegurando mais assertividade para os próximos passos do monitoramento.
“O objetivo da pesquisa de DRM em leucemia aguda é avaliar a estimativa da massa leucêmica de um paciente após o tratamento, com a finalidade de melhorar o manejo clínico e os índices de cura. Anteriormente a remissão era avaliada somente pela análise morfológica de medula óssea. Porém, a sensibilidade desse método é de apenas 5%, e nele há também a dificuldade de diferenciação das células malignas com as células normais ou em regeneração”, explica a coordenadora do Laboratório de Citometria de Fluxo do HEG, Miriam Beltrame.
Já a citometria de fluxo multiparamétrica (CFM), o procedimento realizado no HEG, permite uma detecção significativamente mais eficiente do que outras técnicas, utilizando-se do recurso do contraste de cores. É esse trabalho que foi avaliado pela SBTMO. Só para se ter uma ideia, a sensibilidade de rastreamento das células leucêmicas residuais pela CFM, nos estudos que utilizam citômetros de quatro cores, é de uma célula leucêmica em 10.000 células normais na Leucemia linfoide aguda – LLA (0,01%). No caso da que adota oito cores e com o protocolo Euroflow, utilizada pelo Erasto, permite a detecção de uma célula leucêmica entre 100.000 a 1.000.000 de células normais.
O projeto da Sociedade Brasileira contribui para a uniformização da detecção da DRM por citometria de fluxo, o que possibilitará uma melhor avaliação da resposta nas fases críticas do tratamento, pela utilização de método de alta sensibilidade e reprodutibilidade. Essa prática confere mais segurança para as decisões clínicas no tratamento.
A coordenadora do laboratório do Erasto reforça, que, com essa estratégia de alta tecnologia, é possível monitorar o tratamento, seja quimioterápico, seja após o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), aumentando a possibilidade da prevenção de recaída e da intervenção terapêutica precoce.
Tratamento de ponta
O Laboratório de Citometria do Hospital Erasto Gaertner integra o escopo de serviços do Centro de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (CHTMO), um novo espaço da instituição, inaugurado em fevereiro último. Com essa moderna estrutura, a principal do Paraná para esse tipo de atendimento, o HEG se prepara também para em pouco mais de 30 meses se transformar na maior unidade de transplante de medula óssea do país.
O complexo, logo de início, elevou de sete para 25 o número de leitos adultos. Somando-se aos cinco já instalados no Erastinho para o público infantojuvenil, o HEG tem um total de 30 leitos dedicados a esse serviço.
A estrutura do Centro de Hematologia e TMO dispõe de 1.300 metros quadrados e contempla transplantes autólogos (aqueles em que as próprias células-tronco do indivíduo são usadas), aparentados (em que o doador é um familiar) e não aparentados.
“Por tudo isso e muito mais, é um orgulho para o Erasto ser reconhecido pelo seu empenho e trabalho em nível nacional. A certificação do nosso Laboratório de Citometria vem mostrar que estamos no caminho certo, oferecendo um tratamento avançado e humanizado aos nossos pacientes”, finaliza Míriam Beltrame.