Hospital Angelina Caron inicia cirurgias cardíacas robóticas
As doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de 400 mil brasileiros todos os anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Diante desse cenário, o Hospital Angelina Caron, na Região Metropolitana de Curitiba, passou a incorporar a cirurgia cardíaca robótica, com auxílio do robô Da Vinci X, ao seu rol de procedimentos de alta complexidade.
O ambulatório de cirurgias minimamente invasivas do Hospital Angelina Caron é voltado a procedimentos laparoscópicos e robóticos, com foco em técnicas modernas, seguras e menos agressivas. A escolha do método é individualizada, e o atendimento é feito por equipe multidisciplinar, priorizando recuperação rápida, menor dor e cuidado humanizado.
A estreia da cirurgia cardíaca robótica no ambulatório foi conduzida pelo médico Rodrigo Ribeiro de Souza (CRM-PR 22224 / RQE 35802), referência internacional na área. Após uma temporada nos Estados Unidos, onde atuou em centros de excelência e obteve certificação em cirurgia robótica pela University of South Florida (EUA), Souza retorna ao Paraná para assumir esse novo desafio no Hospital Angelina Caron. O cirurgião integra importantes sociedades internacionais, como a Society of Thoracic Surgery (STS), a International Society of Minimally Invasive Cardiothoracic Surgery (ISMICS) e a Society of Robotic Surgery.
“Essa inclusão reforça nosso compromisso com a inovação e com a medicina de excelência”, afirma Souza, que também coordena o único curso de pós-graduação em Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva da América Latina, com mais de 120 cirurgiões treinados. “Como cirurgião, é extremamente gratificante poder oferecer aos pacientes o que há de mais moderno e seguro na prática cirúrgica, ampliando as possibilidades terapêuticas com menos impacto ao organismo”, completa.
Mais precisão, estabilidade e melhor recuperação
O especialista explica que, enquanto a cirurgia cardíaca tradicional exige a abertura completa do tórax, com separação do osso esterno (na parte anterior do tórax, no centro do peito), a cirurgia robótica permite apenas pequenas incisões. “É por meio delas que o cirurgião controla os braços robóticos com altíssima precisão e estabilidade. Isso permite uma visualização em alta definição e movimentos delicados, impossíveis de serem feitos manualmente”, detalha.
Em função dessa evolução, os pacientes submetidos à cirurgia robótica têm melhor recuperação, com menos dor no pós-operatório, menos risco de infecção e menor tempo de internação, o que também diminui a necessidade de transfusões de sangue e outras complicações pós-operatórias. “Tudo isso contribui para uma melhor experiência do paciente e, principalmente, para desfechos clínicos mais seguros e eficazes, com o retorno às atividades cotidianas mais rápido e sem restrições”, reforça o cirurgião.
Preparação e integração da equipe
Para o primeiro procedimento, Souza destaca que as equipes cirúrgica, de anestesia e de enfermagem passaram por meses de treinamento especializado, com foco em segurança e nos protocolos específicos da cirurgia robótica cardiovascular. A integração entre as áreas, reforça o médico, foi essencial para alcançar o nível de preparo exigido. A cirurgia que marcou essa nova fase foi uma revascularização do miocárdio, procedimento que busca restaurar o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco.