Fisiatria: uma especialidade fundamental para o Brasil

Por Alice Rosa Ramos

O dia 9 de setembro marca o Dia do Fisiatra e é um momento para divulgarmos uma especialidade médica tão importante e ainda pouco conhecida pelo grande público, e que ganha ainda mais relevância com o envelhecimento da população. Como médico do movimento e da funcionalidade, o fisiatra busca devolver a autonomia das pessoas com deficiências, sejam congênitas, adquiridas por traumas ou doenças, ou degenerativas.

Segundo o Censo 2022, pessoas com 60 anos ou mais representavam 45,4% da população com deficiência devido a relatos de dificuldades funcionais para andar ou subir degraus ou com a destreza manual para pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas, por exemplo. Em 2023, os idosos representavam 15,6% dos brasileiros, se tornando a maior fatia da população, e a projeção é de que em 2070 esse percentual suba para 37,8%, de acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trabalho do fisiatra consiste na identificação da causa da deficiência, e em avaliações funcionais e psicossociais detalhadas, que consideram força muscular, amplitude de movimento, equilíbrio e habilidades motoras, além de fatores emocionais e sociais que possam interferir na reabilitação. A partir disso, o médico elabora um plano de reabilitação personalizado, com a indicação de terapias, prescrição de órteses e próteses além do uso medicamentos e procedimentos para controle da dor, coordenando o plano de reabilitação em uma abordagem multidisciplinar, com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, educadores físicos, e outros.

Há 792 fisiatras no país, um índice que corresponde a apenas 0,2% do total de médicos especialistas, de acordo com a última pesquisa Demografia Médica no Brasil, conduzida pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com o Ministério da Saúde. Por isso, muitos brasileiros convivem por anos com dor crônica, questões de mobilidade ou perda de força sem imaginar que existe um especialista voltado justamente para tratar esses problemas de forma integrada. A consequência disso é o agravamento de condições que poderiam ser manejadas precocemente e de forma mais efetiva.

A Fisiatria nasceu no período pós-Segunda Guerra Mundial, inicialmente voltada ao tratamento de soldados que retornavam das batalhas com amputações e lesões neurológicas graves. No Brasil, foi reconhecida oficialmente como especialidade em 1954, ano da fundação da Sociedade Brasileira de Fisiatria, atual Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR). Desde então, seu escopo se ampliou muito e se tornou essencial no tratamento e na reabilitação após cirurgias, AVC (Acidente Vascular Cerebral), lesão medular, amputações como consequência de diabetes, ou no enfrentamento de doenças como fibromialgia, esclerose múltipla e artrite, além de questões relacionadas à saúde pediátrica.

Valorizar a Fisiatria significa também olhar para o futuro do cuidado em saúde. A longevidade da população, o aumento da sobrevida de pessoas com doenças crônicas e o crescimento dos casos de sequelas de acidentes e traumas tornam urgente a expansão da especialidade. Precisamos formar mais fisiatras, ampliar sua presença em hospitais, clínicas e centros de reabilitação, e sobretudo informar a sociedade de que existe um médico preparado para apoiar a busca por uma vida mais plena.


*Alice Rosa Ramos, médica fisiatra e superintendente de práticas assistenciais da AACD.

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