Estudo inédito aborda o uso de quimioterapia no final da vida

Munir Murad

Estudo inédito apresentado no ASCO Annual Meeting 2021 mostra que a taxa de uso de quimioterapia no último mês de vida permanece alta entre os pacientes com câncer no Brasil. O encontro, realizado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica, é o maior congresso sobre câncer do mundo.

De acordo com um dos pesquisadores, o oncologista da Oncomed BH, clínica especializada de referência em prevenção e tratamento de doenças neoplásicas, Munir Murad Junior, as taxas de quimioterapia no fim da vida variam em todo o mundo, mas, em resumo, até um quinto dos pacientes com câncer são tratados com quimioterapia no último mês de vida, sem benefícios claros. O médico é o primeiro autor de estudo brasileiro que integra o estudo científico do ASCO 2021

Segundo os autores, a quimioterapia nos últimos dias de vida não está associada a um benefício de sobrevida e dados recentes sugerem que ela pode causar danos ao diminuir a qualidade de vida e aumentar os custos. O objetivo do estudo foi descrever a taxa de uso de quimioterapia no último mês de vida em pacientes candidatos a cuidados paliativos no Brasil.

O estudo contou com base de dados de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A população do estudo é composta por todos que iniciaram o tratamento oncológico entre 2009 e 2014 e que estiveram internados pelo menos 1 vez após o início do tratamento. Já para abordar a indicação de cuidados paliativos, foram selecionados os pacientes cujo óbito ocorreu no prazo de um ano após a primeira internação.

Conforme o trabalho apresentado, um total de 299.202 pacientes iniciaram o tratamento contra o câncer naquele período e 62.249 morreram 1 ano após a internação. Entre os pacientes falecidos, a mediana de idade foi de 62 anos, 50,9% deles estavam em estágio IV e 34,1% em estágio III e 46% residiam na região sudeste do país.

Os cânceres mais comuns foram de pulmão (n = 17805; 28,6%) colorretal (n = 12273; 19,7%) e gástrico (n = 10248; 16,5%). O número médio de internações foi de 2,7 e 89% desses pacientes necessitaram de internação de emergência.

Cerca de metade (45,4%; n = 28.250) dos pacientes fez quimioterapia nos últimos 30 dias de vida. As taxas de uso de quimioterapia no último mês foram de 44% para câncer de pulmão, 74,4% para câncer de cólon, 50,2% para câncer gástrico e 51,8% para câncer de mama.

A conclusão é que, apesar das recomendações internacionais sobre não utilizar quimioterapia no final da vida, essa parece ser uma prática comum. “Medidas para implantação de cuidados paliativos precoces devem ser uma prioridade para o atendimento aos pacientes com câncer no Brasil”, reforçou o oncologista Munir Murad Junior.

De autoria dos médicos, Thiago Henrique Mascarenhas Nébias, Marcos Antonio da Cunha Santos, Mariangela Cherchiglia, a pesquisa recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Brasil, e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.