Envelhecimento da população amplia mercado de cuidadores de idosos
A profissão do futuro em nada se assemelha ao padrão tech das novas ocupações que vêm surgindo no mercado. Segundo o Cadastro Gral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre 2012 e 2022, houve um crescimento de 547% no número de cuidadores de idosos, passando de 5.263 para 34.054 profissionais.
Além do crescimento de empregados na área, a demanda por cuidado segue o padrão de crescimento juntamente com o envelhecimento da população brasileira. Em 12 anos, a população idosa – com mais de 65 anos – cresceu 57,4%. O momento e as projeções demandam da sociedade, poder público e setor privado um olhar diferenciado para necessidades e oportunidades desse grupo em expansão. A Associação de Brasileira de Gerontologia (ABG) estima que 70% dos idosos brasileiros venha a precisar de algum cuidado especial e é nesse cenário que a profissão de cuidador ganha espaço.
Para a cuidadora enfermeira, Laodicéia de Oliveira, a trajetória na profissão é digna de gratidão, “por compartilhar meu conhecimento e atender às necessidades dos pacientes, garantindo a segurança dos familiares. Procuro manter a rotina dos pacientes, conforme a demanda na residência, para não agredir a privacidade e o espaço. Complemento os atendimentos com atividades que favorecem o fortalecimento cognitivo e motor.”
Laodicéia trabalha com a plataforma Nonno, que surgiu após percepção dos fundadores sobre a necessidade e busca por cuidado com idosos, além de uma relação pessoal com o tema.
Fundada há quatro anos em Santa Catarina, a startup conecta cuidadores a famílias, lares de idosos, ILPIs e hospitais. Hoje, presente em 25 municípios catarinenses, além de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, o Nonno tem fomentado a formalização de uma profissão ainda bastante informalizada e soma mais de 850 MEIs e contabiliza mais de 700 mil horas de cuidado.
Profissão cuidador: responsabilidades e potenciais
A líder da área de cuidadores, Gabriela Alban, destaca que este cuidado nem sempre é focado em casos graves de saúde, mas também direcionado a pessoas que precisam de atenção e companhia. “Para se tornar um cuidador da plataforma, existe um processo rigoroso de seleção que vai desde uma verificação de antecedentes legais à entrevista com psicólogo”, explica Gabriela.
Mesmo sendo uma função bastante humanizada, é importante destacar que esses profissionais trabalham com assistência a pessoa idosas, deficientes físicos, imunodeprimidos, pessoas convalescentes, entre outras. Os cuidadores são qualificados e subdivididos em quatro categorias de atuação: acompanhante (não é obrigatório ter experiência ou certificações na área), cuidador profissional (precisa ter curso de cuidador), técnico de enfermagem e enfermeiro (é exigido curso técnico ou graduação).
A atuação da plataforma em lares de idosos e hospitais é mais restrita, mas possui o objetivo de garantir o suporte rápido e eficiente durante períodos de alta demanda por meio da contratação de cuidadores da equipe para a escala do estabelecimento, técnicos para aplicação de medicamento no próprio lar ou então, para a cobertura de férias ou demanda dos residenciais.