Comunicação em saúde: Não é mais possível subestimar o paciente
Quando falamos em comunicação em saúde temos um amplo aspecto a considerar, prevendo os diversos meios de atingimento de pacientes – partindo do seu atendimento direto por um médico ou profissional aliado -, e da população em geral – por meio de divulgações em diferentes formatos de mídias.
É notório que o desenvolvimento dos canais de comunicação na internet democratizou o acesso às informações sobre os mais variados temas em saúde, e ainda que se discuta a sua segurança, em grande parte elas somam para o melhor entendimento de pessoas sob suspeita de algum diagnóstico ou já em tratamento de doenças.
Diante deste caminho sem volta, em que cada vez mais médicos e serviços de saúde recebem pessoas munidas de questionamentos baseados em pesquisas na web, é importante preparar os profissionais, e isso envolve toda a gama atuante no contato direto com o paciente, sobre as novas dinâmicas de atendimento a este perfil de usuários.
Não é mais possível subestimar e negligenciar a informação que vem do leigo, em primeiro lugar por respeito e direito que deve estar no cerne de todo atendimento médico, mas também pelo diferencial competitivo que isso implica na escolha, adesão, seguimento e indicação de pacientes – e seus responsáveis – que usufruem de um serviço de saúde.
A relação médico-paciente e seus desdobramentos têm inicio, meio e fim na base comunicacional e no universo de possibilidades que se abrem a partir da relação direta durante os atendimentos e, a partir daí, de suas possibilidades de evoluções para a internet e suas redes sociais, seja para a busca ou compartilhamento de referências de profissionais e serviços.
E nesse contexto é importante destacar que para além de curiosos, é crescente o desenvolvimento de comunidades de pacientes, com engajamento e propósitos de mobilização de direitos indo de, e ao, encontro de indústrias e governos para melhores condições de acesso à medicamentos, dispositivos e procedimentos em geral.
A partir delas, os chamados e-pacientes compõem interfaces com médicos, executivos e políticos, e cumprem agendas importantes para o atendimento de seus interesses e que muitas vezes impulsionam medidas importantes para o desenvolvimento do segmento. Deixam de serem apenas usuários para se somarem aos protagonistas da saúde. Estar atento e integrado a esse movimento não é apenas questão de sobrevivência, mas condição essencial para a prosperidade.