Você conhece as Accountable Care Organizations?
O investimento em saúde nos setores públicos e privados são muito elevados de forma geral. Segundo a pesquisa Conta Satélite de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que compara dados de 2010 a 2017, os gastos em saúde privada somaram R$231 bilhões, o que representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Já nos gastos públicos, o valor foi de R$201,6 bilhões, que correspondem a 3,1% do PIB do país.
Um levantamento feito pela consultoria Economist Intelligence Unit, prevê que em 2020 os gastos mundiais com saúde cresçam 6,2%, o dobro em relação ao ano anterior. A fim de achar alternativas que tornem possível a redução dos custos e o aumento da qualidade do atendimento prestado pelos centros de saúde, os EUA criaram as Accountable Care Organizations (ACOs), uma organização de assistência médica, formada por profissionais de saúde coordenados, com o propósito de melhorar os serviços prestados e simultaneamente reduzir gastos.
Esse cenário no qual a saúde é baseada em valor está sendo estudado por alguns profissionais para ser implementado no Brasil como uma possível solução para um serviço de saúde otimizado. As ACOs defendem uma estrutura de parceria entre financiadores da saúde e prestadores de serviços, em que ambos ficam encarregados de atingirem melhores resultados, de uma forma que contenha os custos dos provedores e aumentem a qualidade da assistência prestada ao paciente.
Uma possível forma de redução de custo e otimização do tempo e serviço aplicados nos atendimentos é pela implementação da tecnologia em saúde. A digitalização é uma tendência que tem sido observada no setor de cuidados médicos. No Brasil, de acordo com o relatório ConsumerLab, é previsto que até 2026 sejam investidos US$7,5 bilhões para digitalizar os serviços de saúde.
De acordo com Vanessa Guarise, responsável pela aquisição e gerenciamento de projetos e plataformas virtuais na área da saúde na Elsevier, as soluções digitais, além de reduzirem custos e melhorarem o atendimento são capazes de diminuir eventos adversos, que consequentemente resultam numa menor qualidade do serviço prestado e aumentam o valor desprendido para o cuidado do paciente.
“A tecnologia entra como protagonista, auxiliando na segurança do paciente. Ao contribuir com a expertise do profissional da saúde, ela é capaz de desenvolver com exatidão e segurança as condutas para o cuidado do paciente, de uma maneira mais ágil e que reduz custos com tratamentos não efetivos”, explica Vanessa.
Ao encontrar maneiras de otimizar os serviços prestados em hospitais e pontos de atendimento de saúde, os custos com tratamentos e prevenções podem ser reduzidos, e uma melhora na qualidade da assistência oferecida ser alcançada. Um investimento inicial é capaz de gerar redução dos gastos no futuro e um melhor resultado na saúde, tanto para médicos e profissionais da saúde quanto para pacientes.