Rede São Camilo inaugura serviço de oxigenoterapia hiperbárica
A Rede de Hospitais São Camilo inaugurou uma nova modalidade de terapia na unidade Pompeia. Sendo benéfica para o tratamento de feridas complexas e queimaduras, a oxigenoterapia hiperbárica consiste em um tratamento no qual o paciente respira oxigênio puro (100%), enquanto é submetido a uma pressão de duas a três vezes a pressão atmosférica ao nível do mar, no interior de uma câmara hiperbárica. Ivan Marinho, infectologista, responsável pela área de oxigenoterapia hiperbárica na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa da Medicina Hiperbárica (IBEPMH) explica sobre o que é a medicina hiperbárica.
“É o segmento da medicina que estuda e implementa os protocolos de segurança em ambientes pressurizados, destinado a tratamento das patologias causadas pelas variações de pressão sobre o organismo”, comenta ele.
Realizado por meio de uma câmara hiperbárica – equipamento fechado comumente no formato cilíndrico , pressurizado com oxigênio puro –, a modalidade terapêutica é indicada para condições como doença descompressiva, embolia gasosa ou traumática pelo ar, envenenamento por monóxido de carbono, gangrena gasosa, feridas complexas como síndrome de Fournier, isquemias agudas traumáticas, vasculites, queimaduras, pé diabético infectado, lesões por radiação, infecções ou isquemias do pós operatório, osteomielite entre outras.
Como a oxigenoterapia age no organismo?
Marinho ressalta que a oxigenoterapia é importante por ser um tratamento minimamente invasivo. “O procedimento consiste basicamente em o paciente entrar dentro da câmara para respirar o oxigênio 100% puro a uma pressão maior do que a atmosférica”, reforça ele.
Segundo o especialista, o paciente recebe uma oxigenação muito maior nos tecidos do corpo, o oxigênio como nutriente fundamental para nossas células age diretamente sobre as mitocôndrias acelerando o processo de produção de energia e estimulando as células de defesa, fibroblastos a produzirem mais colágeno e acelerar a cicatrização de diversos tipos de feridas e compensar um déficit de oxigênio que vem de entupimentos de vasos sanguíneos ou destruição destes – como ocorre em situações de lesão por esmagamento ou amputação – e ajuda na cicatrização de feridas agudas.
“A oxigenoterapia hiperbárica também é uma forma de neutralizar substâncias tóxicas e toxinas e potencializa a ação de alguns antibióticos, tornando-os mais eficientes”, afirma o especialista. Marinho e lista algumas condições que podem ser tratadas com a oxigenoterapia:
- Intoxicação por monóxido de carbono ou inalação de fumaça;
- Envenenamento por gás cianídrico/sulfídrico;
- Síndrome de Fournier (infecção necrotizante que atinge as regiões íntimas);
- Pés diabéticos;
- Osteomielites;
- Isquemia aguda pós traumática;
- Feridas Crônicas;
- Infecções de sítio cirúrgico.
Além disso, o especialista lembra que esse tratamento possui indicações bem definidas, sendo que o uso dele de forma incorreta pode trazer riscos à saúde.