Estudo brasileiro com 50 mil pacientes mostra avanços no tratamento de câncer de pulmão

Os resultados de um estudo brasileiro sobre tratamento do câncer de pulmão foram publicados no Journal of Surgical Oncology, importante periódico científico internacional. Tendo entre os autores Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o artigo revelou importantes avanços no tratamento do câncer de pulmão em estágio 3 (etapa intermediária da progressão do tumor, onde pode haver comprometimento dos linfonodos próximos à região inicialmente diagnosticada com o câncer), o que aponta novas perspectivas de sobrevida para os pacientes acompanhados.

Participaram deste estudo 50 mil pacientes com câncer de pulmão, atendidos em 76 hospitais municipais e estaduais do Estado de São Paulo, nos últimos 15 anos. Do total de pacientes, em 3 mil a doença estava em estágio 3 e deste total, 433 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos. O estudo observacional constatou que o grupo operado apresentou, em cinco anos, aumento da sobrevida, que passou de 19,7% no quinquênio de (2000-2004), para 40% no período de 2010-2014. Além de uma tendência positiva para os pacientes operados no início de 2019, que tiveram risco menor (41%) de óbito em relação ao primeiro quinquênio (2000-2004) o que comprova avanços no tratamento do câncer de pulmão metastático.

Dos pacientes analisados, cuja idade média foi de 61 anos, cerca de 59% eram do sexo masculino e foram tratados em hospitais estaduais, 67% dos pacientes viviam em cidades do interior de São Paulo ou em outros Estados, e apenas 21% deles tiveram o diagnóstico de câncer de pulmão no estágio 1.

De acordo com Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do estudo, os resultados são importantes para o aperfeiçoamento de abordagens da prática clínica e definição de políticas públicas de saúde que visem os melhores desfechos aos pacientes. “Os resultados do estudo indicam avanços promissores no tratamento da doença, com uma melhoria progressiva na sobrevida ao longo dos anos. Porém, há uma necessidade em agilizar o acesso aos centros de referência e à incorporação de terapias no Sistema Único de Saúde (SUS) para otimizar ainda mais os resultados”, explica.

O impacto do diagnóstico e do tratamento precoce na sobrevida dos pacientes também foi analisado pelo trabalho brasileiro. Embora o tempo médio entre diagnóstico e início do tratamento tenha sido curto (19 dias), o encaminhamento para centros de referência em atendimento oncológico é, em média, de três meses, ou seja, 50% dos pacientes demoraram mais de três meses para alcançar o diagnóstico de câncer, interferindo no desfecho do tratamento e na sobrevida.

Em relação aos tratamentos administrados, a pesquisa evidenciou que os pacientes submetidos a cirurgias em combinação com quimioterapia tiveram melhores taxas de sobrevida após cinco anos (35,8%). Por outro lado, aqueles que receberam quimioterapia em conjunto com radioterapia registraram uma taxa de sobrevida de 12,8% no mesmo período. A pesquisa também ressaltou a necessidade de aumentar o acesso aos pacientes tratados na rede pública a terapias já disponíveis no sistema de saúde privado.

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