Neoindustrialização e a saúde dos brasileiros

Por Fernando Silveira Filho

O fato de a neoindustrialização ser uma das prioridades no Plano Plurianual para 2024-2027, que acaba de ser entregue pelo governo ao Congresso Nacional, poderá ter reflexos positivos no setor médico-hospitalar. Afinal, uma política industrial eficaz para o segmento, uma das bases para a conquista da excelência no atendimento da população, é oportuna neste momento, no qual precisamos aproveitar a reestruturação produtiva internacional resultante dos movimentos provocados pela pandemia para nos tornar protagonistas nas cadeias globais de abastecimento da saúde.

Nesse sentido, é importante o aporte tecnológico, de equipamentos e dispositivos médicos em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como a ampliação do acesso de instituições privadas à inovação. Para viabilizar esse avanço, é necessário que a própria indústria brasileira do setor se transforme em player relevante nas cadeias globais de valor, de modo que seja capaz de ampliar seu nível de competitividade sistêmica, ganhando mais musculatura e capacidade de atender de modo pleno às demandas internas.

Daí o significado de uma política industrial para o setor da saúde, de modo a tornar o segmento de dispositivos médicos mais competitivo. Obviamente, o processo de neoindustrialização anunciado pelo governo e reiterado no Plano Plurianual inclui, necessariamente, a área da saúde, uma prioridade absoluta para a população. O setor representa 10% do PIB e tem um grande potencial para criar mais empregos, o que também contribui para a inclusão e mais bem-estar social.

A política industrial que preconizamos para a área da saúde precisa atrair e criar mecanismos para incentivar a produção no Brasil, independentemente do capital de origem do fabricante. Outro fator é o uso inteligente do poder de compra do Estado. Cabe estimular a inovação e a economia de escala e de escopo das empresas presentes no Brasil, assegurando o fornecimento, a preços e custos compatíveis, e o fluxo financeiro previsível para as partes, fomentando a isonomia competitiva. Também entendemos que, no âmbito da meta de nos tornar protagonistas nas cadeias globais de valor de dispositivos médicos, é fundamental estimular a consolidação da indústria instalada no Brasil como fornecedora de soluções, tecnologia e produtos para a América Latina e o Caribe, onde já está presente.

Cabe ampliar, ainda, os recursos públicos e privados em PD&I, reduzir a complexidade das normas e a burocracia e estabelecer melhores condições de acesso e juros nos créditos para financiamentos, com maior envolvimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outras instituições regionais de fomento. Outro fator importante é que a reforma tributária, cuja primeira etapa, referente ao consumo, já foi aprovada na Câmara dos Deputados, desonere o setor, de modo coerente com seu caráter prioritário para os brasileiros.

Esperamos que o processo de neoindustrialização e o Plano Plurianual contemplem essas demandas, para que possamos estabelecer um novo marco de desenvolvimento na história do atendimento médico-hospitalar no Brasil. Há oportunidades que não podem ser perdidas, em especial quando se referem ao bem mais precioso, que é a saúde da população.


*Fernando Silveira Filho é presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (ABIMED).

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.