Anestesia em pacientes obesos
Para maior segurança do paciente, podemos evitar ou mitigar os riscos da anestesia em obesos antes mesmo do agendamento do procedimento anestésico, considerando primeiramente a importância do acompanhamento do seu quadro clínico pelo médico e a consulta pré-anestésica com o anestesista. O paciente também recebe orientações sobre a importância da perda de peso, incluindo outros profissionais para esse acompanhamento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo, podendo desencadear um certo grau de inflamação, levando à coexistência de vários fatores de risco para a saúde, bem como a associação com outras doenças como diabetes, dislipidemias, síndrome metabólica, aterosclerose, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, esteatose hepática não alcoólica, distúrbios do sono, transtornos do humor e, mais recentemente, a Covid-19.
A OMS estima que em 2025 mais de 2 bilhões de adultos estarão acima do peso e cerca de 700 milhões serão considerados obesos. Com esse número alto, podemos considerar que, em algum momento, tal público passará por algum procedimento, necessitando de anestesia, causando preocupações ao próprio paciente, ao anestesista e ao cirurgião.
Pacientes obesos costumam ter mais riscos para o sistema respiratório e sistema cardiovascular. Apresentam dificuldade para respirar, com risco de ocorrência de apneia do sono obstrutiva e outros problemas respiratórios com a obstrução da via aérea, o que pode provocar infecções de pulmão e complicações no órgão após a anestesia. Além disso, os riscos cardiovasculares podem estar relacionados a outras doenças comumente acompanhadas pelo aumento de peso, como diabetes, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial.
*Gabriel Redondano é Médico-Anestesista, Diretor-Presidente do Grupo Care Anestesia (GCA) e Coordenador do Departamento de Anestesia do Hospital Vera Cruz – Campinas.