Hospitais privados registram crescimento de EBITDA
O primeiro trimestre de 2021 trouxe números melhores para os hospitais privados, com EBITDA de 13,3% – um crescimento de 4,9 p.p., em comparação ao mesmo período do ano passado (8,4%). Levantamento apresentado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostra como a Covid-19 afetou os principais indicadores dos hospitais privados e as dificuldades que os gestores têm enfrentado durante a pandemia.
“O que temos percebido é que os resultados obtidos acompanham o aumento e a queda da taxa transmissão de Covid-19 no País. O crescimento do EBITDA no primeiro trimestre deste ano pode ser explicado pela retomada de procedimentos eletivos por pacientes que, após um ano postergando cuidados com a saúde, voltaram a procurar atendimento médico, em um momento em que a pandemia estava em um estágio de menor contágio (final de 2020). Porém, com a nova onda que tivemos no início desse ano, a tendência é de forte queda para os próximos meses”, analisa Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Impacto da Pandemia
Termômetro de desempenho, a taxa de ocupação das instituições associadas à Anahp, que vinha se mantendo acima de 76% nos últimos três anos, sofreu uma queda de 9,37 p.p. em 2020, passando de 76,96% para 67,59%.
“A queda foi causada, principalmente, pela recomendação de adiamento de procedimentos eletivos nos meses iniciais da pandemia em 2020 e pelo receio da população de sair de casa, até mesmo para dar continuidade aos tratamentos de doenças crônicas e, infelizmente, até para condições agudas de gravidade”, explica Ary Ribeiro, editor do Observatório e da Nota Técnica do Observatório da Anahp e CEO do Sabará Hospital Infantil.
Já no primeiro trimestre deste ano, com o aumento de casos de Covid-19 devido à segunda onda no País, os hospitais privados registraram uma taxa de ocupação maior do que no mesmo período do ano passado (70%), mas ainda inferior a 2018 (75,9%) e 2019 (76,2%).
O pico de mortalidade de pacientes com Covid-19 nos hospitais associados à Anahp ocorreu em março de 2021, quando chegou a 15,1%, superando a taxa de 14,9% de agosto de 2020, até então o pior mês desde o início da pandemia.
Devido à dinâmica da Covid-19, a média de permanência geral, que vinha apresentando tendência de queda entre 2017 (4,27) e 2019 (4,04), aumentou 13,61% em 2020, registrando 4,59 dias. Diante desse cenário, o índice de giro, que mede a capacidade mensal de internação em cada leito, diminuiu 19,1%, passando de 5,85 vezes em 2019 para 4,73 vezes em 2020, em média.
No primeiro trimestre deste ano, o aumento da taxa média de permanência de leitos foi ainda maior (21,95%), na comparação com o mesmo período de 2020, passando de 4,1 para 5 dias. Este último resultado foi impulsionado pelo mês de março, cuja média de permanência foi de 5,3 dias. O índice de giro, por sua vez, foi 13% inferior ao primeiro trimestre de 2021 (4,7 vezes) em comparação ao mesmo período de 2020 (5,4 vezes).
“O Observatório Anahp e a 6ª Nota Técnica do Observatório consolidam os cenários que acompanhamos ao longo do último ano e, a partir dos picos de internação de pacientes Covid, mostram a tendência para 2021. Na análise, podemos concluir que este ano continuará sendo muito desafiador para os sistemas de saúde e os hospitais em geral, com perspectivas de ‘ondas’ de Covid-19, impactando a taxa de ocupação e o perfil epidemiológico e, consequentemente, as despesas e a receita dos hospitais privados. A evolução da pandemia no Brasil em 2021 tem no ritmo da cobertura vacinal a principal variável, que pode impactar na redução do número de casos e de óbitos”, finaliza Ribeiro.
Serviço
É possível fazer o download gratuito do conteúdo do Observatório 2021 na íntegra em https://conteudo.anahp.com.br/observatorio-2021 e, da 6ª Nota Técnica do Observatório, em https://conteudo.anahp.com.br/nt-observatorio-anahp-6a-edicao-maio-2021.