AFIP usa Inteligência Artificial para exames laboratoriais

Até pouco tempo, os exames laboratoriais e de imagem passavam apenas pelo crivo de um especialista, a quem cabia comparar os resultados com testes correlatos, verificar a compatibilidade com exames anteriores e, em caso de dúvidas, repetir o exame. Agora, a Afip Medicina Diagnóstica realiza esse trabalho meticuloso com o suporte de um sistema de informação munido de inteligência artificial. Algoritmos que identificam os padrões existentes em vários tipos de exames são imputados no sistema, permitindo este maior nível de automatização. Os resultados de cada paciente são interfaceados para o sistema, que reconhece os padrões e executa regras, que liberam o exame sem verificação manual prévia, dão comandos automáticos de repetição do exame ou direcionam resultados para os especialistas quando há necessidade de análise das combinações encontradas.

“Após ser configurado, o próprio sistema é capaz de tomar decisões e dar comandos automáticos para repetição do exame ou para a liberação de resultados, com base em um rigoroso protocolo de testes. Devido à inteligência artificial, conseguimos otimizar o tempo de liberação, mitigar erros inerentes à operação muito manualizada, reduzir custos e melhorar a qualidade de nossas entregas para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar”, afirma Débora Ramadan, diretora técnica da Afip Medicina Diagnóstica.

Há dois anos, a Afip iniciou o projeto de implantação de regras no sistema que utilizam esses conceitos de inteligência artificial, podendo ser empregados na triagem inicial dos seis milhões de exames realizados por mês. Este trabalho é desenvolvido com uma empresa parceira para atender às necessidades específicas da Afip.

Os laboratórios clínicos geram uma quantidade significativa de dados importantes. Estima-se que cerca de 60% a 70% das decisões médicas baseiam-se em exames laboratoriais. Porém, esses dados são poucos explorados de forma sistêmica ou com a utilização de ferramentas de inteligência artificial.

Resultados

“Neste projeto, considerando apenas o exame Urina tipo I, observou-se um aumento na pontualidade de entrega dos laudos de 8,4% mesmo com um aumento de 5,2% do volume total produzido. Para esse mesmo exame, houve uma importante redução na taxa de potenciais erros detectados pelas barreiras de segurança. Após automatização do processo, apenas 0,003% dos casos ainda precisam de uma verificação manual antes da liberação”, diz Ana Carolina Bandeira, coordenadora da área de Qualidade Analítica da Afip.

Para o exame de Urina tipo I, a Afip já utilizava inteligência artificial em seu processo, mas foi feita a otimização das regras para avaliação automatizada. Para exames que, antes, não contavam com o auxílio deste recurso tecnológico, foi possível observar taxas de 60% a 90% de liberação automática na rotina, de acordo com as características de cada exame e ferramentas utilizadas para construir os algoritmos de liberação.

Um campo emergente para o uso de inteligência artificial é para interpretação de exames genéticos, correlacionando os achados com o que há de mais atual na literatura. Entre eles destacam-se os exames de sequenciamento de nova geração conhecidos por NGS, do inglês Next-Generation Sequencing e Exoma.

A anatomia patológica, a citologia, a parasitologia e outras áreas cujo diagnóstico é baseado em leitura e avaliação de imagens também estão sendo amplamente beneficiadas pelo uso da tecnologia. Para essas, a combinação de microscopia computadorizada associada ao reconhecimento de imagens, ao uso de algoritmos avançados e a técnicas de diagnóstico, permite a ampliação das fronteiras de visão dos especialistas.

Lógicas e algoritmos

Uma das lógicas em uso para avaliação de resultados de exames laboratoriais é conhecida por lógica Fuzzy. Em linhas gerais, ela simula a experiência humana de comparar um parâmetro com outro exame correlacionado. No laboratório clínico, um exemplo da aplicação desta lógica é quando a avaliação de um resultado depende não só da comparação com o valor referência, mas também do resultado de outro exame correlacionado. “Dada a sua natureza, a lógica Fuzzy é aplicada com sucesso em exames dentro de um mesmo perfil, como perfil hepático, tireoidiano, entre outros, ou ainda exames confirmatórios”, esclarece Débora Ramadan.

Outro tipo de algoritmo muito utilizado é o delta check. Nessa modalidade, calcula-se a diferença entre o resultado atual de um exame com o resultado anterior para um mesmo paciente. Se a diferença estiver dentro de um intervalo previamente definido, considera-se o resultado confiável para liberação. “O delta check é aplicável a um número limitado de exames que têm por característica serem exames de acompanhamento, cuja variação não é esperada ao longo do tempo. Contudo, é uma ferramenta importantíssima na prevenção de erros aleatórios inerentes ao processo”, afirma Ana Carolina Bandeira.

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