Preço de medicamentos hospitalares cresce 16,44% na pandemia

O preço dos medicamentos vendidos aos hospitais do país subiu 16,44% entre março e julho deste ano, segundo o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador inédito criado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Bionexo – health tech orientada à gestão em saúde. A alta foi impulsionada por três grupos de medicamentos utilizados no tratamento de pacientes com Covid-19; para suporte ao aparelho cardiovascular (+92,6%), sistema nervoso (+66,0%) e aparelho digestivo e metabolismo (+50,4%).

Conjuntamente, esses três grupos respondem por 15,7% do peso para cálculo final do IPM-H e contemplam medicamentos empregados nos cuidados aos pacientes acometidos pela Covid-19, tais como analgesia, anestesia, suporte ventilatório e suporte vital. Outros medicamentos que apresentaram aumento expressivo foram os preparados hormonais sistêmicos (+21,8%) e sistema musculoesquelético (+18,2%), também utilizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

“Entre os fatores que contribuíram para o aumento dos preços observado pode-se destacar dois. O primeiro deles, que tem impacto abrangente, foi a desvalorização cambial que afeta o preço de medicamentos e insumos cujos mercados estão atrelados à moeda estrangeira. O segundo aspecto, mais específico, foi o aumento brusco da demanda das unidades de saúde (tanto por necessidade de uso como para formação de estoques) por medicamentos associados aos cuidados dispensados aos pacientes da Covid-19, principalmente aqueles em estado mais grave”, explica Bruno Oliva, coordenador de pesquisas da FIPE.

Para Rafael Barbosa, CEO da Bionexo, empresas e instituições precisam auxiliar no que puderem para a elevação do nível de transparência e eficiência no setor. Por isso, a partir de agora, o mercado de saúde passa a contar mensalmente com o IPM-H que poderá ser utilizado pelos agentes públicos e privados para monitorar o mercado e melhor embasar a tomada de decisões, a exemplo de outros indicadores da economia como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M/FGV), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe).

“O objetivo do índice é gerar informações de qualidade para o setor de saúde, promovendo maior transparência e previsibilidade para o mercado. Vínhamos trabalhando no desenvolvimento do índice há mais de dois anos, mas a pandemia demonstrou a urgência desse indicador. Nos últimos meses, hospitais e fornecedores estavam às cegas, sem ter noção dos impactos da crise na variação de preços, para que pudessem planejar seus orçamentos e conduzir as negociações. Isso deixou o mercado como um todo extremamente fragilizado e vulnerável. Não podíamos mais esperar para oferecer esse suporte ao mercado”, destaca Barbosa.

Desaceleração em julho

Em julho, o IPM-H registrou um avanço de 1,74%, resultado que representa uma desaceleração em relação à variação observada no mês anterior (+4,58%). No acumulado do ano até julho, o índice registra alta de 18,72%, enquanto nos últimos 12 meses, a variação do preço médio de medicamentos aos hospitais medida pelo IPM-H aponta uma elevação de 19,83%.

“Em sintonia com o que esperávamos, os últimos resultados indicam que a alta nos preços de medicamentos adquiridos por hospitais ao longo dos últimos 12 meses se concentrou em 2020 e, em particular, a partir de fevereiro, com o avanço da Covid-19. Essa dinâmica nos preços expressa a magnitude do impacto gerado nos primeiros meses da pandemia sobre a oferta e demanda de medicamentos no mercado, bem como sobre o nível de abastecimento das unidades do sistema de saúde do país”, diz Oliva.

Segundo o pesquisador, entre os motivos que podem ter contribuído para a desaceleração no último mês incluem: a estabilização da taxa de câmbio (face à escalada observada nos meses anteriores), a reestruturação, ainda que gradual, das condições de mercado, principalmente com relação à queda dos casos nos grandes centros urbanos do país (e do mundo), além da readequação, ainda que parcial, das condições de oferta após o choque inicial.

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