Previsibilidade e precisão: IA na gestão logística da saúde

Por Thiago Fialho

A cadeia de suprimentos hospitalar sempre representou um desafio crítico na gestão em saúde. A falta de insumos pode comprometer atendimentos de urgência, enquanto o excesso de estoque gera custos elevados e desperdício. Em um ambiente em que a escassez de recursos e a pressão assistencial são constantes, a previsibilidade e a precisão operacional deixaram de ser diferenciais e tornaram-se vitais. É justamente nesse ponto que a Inteligência Artificial (IA) vem assumindo um papel transformador, oferecendo um novo patamar de precisão e eficiência na operação logística hospitalar.

Há muitos anos, a incorporação de algoritmos preditivos e técnicas de machine learning vem permitindo que o planejamento hospitalar evolua de um modelo reativo para um modelo preditivo e, mais recentemente, com as novas tecnologias, é possível aplicarmos mais contexto e automação nessa dinâmica. Isso significa que, além de responder a crises de abastecimento, os sistemas passem a antecipar cenários, avaliar riscos e recomendar ações corretivas antes que o impacto chegue ao paciente.

Em várias instituições brasileiras, soluções baseadas em IA já proporcionam economia de milhões de reais em custos de estoque e compras, além de impactar diretamente a qualidade assistencial. A automação de rotinas de planejamento, compras, distribuição e priorização de fornecedores tem reduzido gargalos e aprimorado a previsibilidade de toda a cadeia.

Segundo levantamento da PwC (2025), 58% dos executivos de saúde no Brasil relataram ganhos expressivos de eficiência com o uso de IA generativa no supply chain hospitalar, especialmente em previsão de demanda, gestão de fornecedores e monitoramento de estoques críticos. O dado ilustra o avanço de uma tendência global: a consolidação de sistemas inteligentes voltados à gestão estratégica da saúde.

Nos meus quase 20 anos de atuação em sistemas de Supply Chain para saúde, vejo que o amadurecimento dessas tecnologias trouxe um novo paradigma. Já estamos reconstruindo nossas soluções com IA, com arquiteturas escaláveis e seguras, voltadas à usabilidade e à experiência dos profissionais que vivem o dia a dia da operação. Em breve, agentes inteligentes serão capazes de automatizar etapas inteiras de planejamento e compras, enquanto camadas de gestão de performance garantirão rastreabilidade e controle e confiabilidade em tempo real.

No entanto, é importante reforçar que, em cenários críticos, a inteligência artificial não substitui a inteligência humana, ela a potencializa. A adoção da IA no supply chain hospitalar requer mais do que infraestrutura tecnológica: depende da qualidade dos dados, integração entre sistemas, sincronização dos processos e uma cultura organizacional voltada à inovação e à segurança.

Investir em aculturamento e capacitação contínua das equipes é essencial para que a automação seja utilizada de forma ética, contextual e alinhada aos princípios da saúde. A transformação digital só alcança seu propósito quando aliada à governança e ao compromisso de cada profissional envolvido.

Acreditamos que a convergência entre inteligência artificial e inteligência humana aponta para o futuro da gestão hospitalar: um futuro em que a tecnologia atua como instrumento estratégico de sustentabilidade, previsibilidade e segurança do paciente.


*Thiago Fialho é cofundador da GTPLAN.

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