IA traz resultados promissores no diagnóstico por análise de voz

Por Norberto Alves Ferreira

A inteligência artificial (IA) está ganhando um novo e promissor aliado no campo da saúde: a voz humana. Pesquisadores e empresas de tecnologia ao redor do mundo têm investido em algoritmos capazes de identificar padrões vocais associados a uma série de doenças, muitas vezes antes mesmo que os sintomas mais visíveis apareçam. A ideia é simples: o que dizemos e, principalmente, como dizemos pode conter sinais sutis de alterações neurológicas, cognitivas ou respiratórias.

Entre os exemplos mais avançados está a detecção de doenças degenerativas como o Mal de Parkinson e o Alzheimer, condições que afetam os movimentos e também altera o controle vocal. Outra aplicação em expansão é a triagem de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Sistemas treinados com milhares de amostras de voz conseguem detectar emoções reprimidas, tom monótono e pausas longas — indicadores que podem ajudar na avaliação clínica.

Durante a pandemia de Covid-19, startups como a israelense Vocalis Health desenvolveram modelos capazes de detectar infecções respiratórias apenas com o som da tosse ou da fala. A precisão, segundo os desenvolvedores, ultrapassava 80%. O sistema analisava fatores como aspereza, frequência e variações do ar na fala, aspectos difíceis de perceber a olho (ou ouvido) nu.

No Brasil, existem projetos-piloto em andamento que incluem o uso de IA para monitoramento remoto de pacientes com doenças degenerativas e para a avaliação cognitiva em idosos, especialmente em áreas remotas com pouco acesso a exames laboratoriais.

Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda há desafios técnicos e éticos. É preciso garantir a privacidade dos dados vocais, treinar os algoritmos com bancos de voz diversos (com variações regionais, de idade, gênero e idioma) e evitar falsos positivos que possam causar diagnósticos incorretos.

Apesar dos obstáculos, o futuro aponta para um modelo de saúde mais preventivo e acessível. É possível imaginar, em poucos anos, que aplicativos no celular ou atendimentos por telemedicina incluam uma triagem vocal automática. Basta falar, e seu corpo pode estar entregando o que está errado.

O que antes parecia ficção científica está cada vez mais próximo da rotina médica. E talvez, no futuro, uma simples conversa possa salvar vidas. Mas é sempre prudente reforçar que por mais que a IA possa ajudar, nada substitui o diagnóstico e a avaliação médica.


*Norberto Alves Ferreira é Gerente de Soluções em IA e IOT do CPQD.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.