Emagrecedores já representam 15% dos gastos com a saúde corporativa

O avanço dos medicamentos da classe GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), inicialmente indicados para tratamento do diabetes tipo 2 e, em alguns casos, para obesidade – mas famoso no uso como emagrecedores -, vem gerando impactos expressivos nas estratégias de saúde corporativa. Segundo levantamento realizado pela Funcional Health Tech, esses fármacos representaram 9% de todas as dispensações registradas em sua base de dados em 2024. O custo médio por usuário foi aproximadamente o dobro da média dos demais medicamentos crônicos, e em algumas empresas que oferecem soluções como Benefício Farmácia (BF), Programas de Benefício em Medicamentos (PBM) e Programas de Suporte ao Paciente (PSP), essa categoria concentrou até 15% de todo o gasto nesses produtos.

Em um cenário em que quase 17 milhões de brasileiros convivem com diabetes, dado divulgado pela Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o 6º país em número de casos e o 3º em gastos com a doença. E a chegada de novos produtos da classe GLP-1 ao mercado, que incluem indicações formais para obesidade ou ampliação de uso para perfis metabólicos mais complexos, devem causar impacto expressivo tanto do ponto de vista clínico quanto econômico. O custo mensal de tratamento com esses medicamentos pode ultrapassar R$ 1.400 por paciente, exigindo atenção redobrada quanto à sustentabilidade dos programas corporativos e ao uso alinhado às diretrizes clínicas e regulatórias.

Apesar dos avanços clínicos, a tendência de utilização em contextos não indicados em bula, especialmente para fins estéticos, acende um alerta. “Esses medicamentos se tornaram ‘objetos de desejo’, impulsionados por forte apelo comercial e promessas de perda de peso rápida. Diante desse cenário, é essencial uma gestão com governança, que una controles mais rígidos e práticas de compliance a uma jornada de acesso fluida e centrada no paciente. O futuro dos metabólicos já começou e reforça a urgência de ações coordenadas entre empresas, operadoras e profissionais de saúde para garantir o uso racional. Com dados, responsabilidade e foco no cuidado, a Funcional está preparada para apoiar essa transformação de forma segura e sustentável”, afirma Marcelo Miranda, Diretor de Varejo e Distribuição da Funcional Health Tech.

Ainda de acordo com dados do estudo, o perfil de quem utiliza análogos de GLP-1 é distinto dos demais pacientes com diabetes. O uso desses medicamentos tem maior penetração em pessoas com idade entre 40 e 59 anos (59% dos usuários) e entre 18 e 24 anos (24%). Ou seja, enquanto os GLP-1 são mais usados por adultos jovens, os demais antidiabéticos predominam em faixas etárias mais altas. Além da idade, a titularidade também revela um padrão relevante: 34,8% dos pacientes são dependentes, com destaque para mulheres jovens, o que pode indicar motivações estéticas em alguns casos.

A recorrência de uso também chamou atenção no levantamento, reforçando essa hipótese: 94,8% dos usuários de GLP-1 realizaram apenas uma compra no ano, enquanto apenas 5,2% fizeram duas ou três dispensações. Nenhum usuário atingiu quatro ou mais aquisições, um comportamento que contrasta com os pacientes de antidiabéticos tradicionais, que apresentam alta frequência de compra, indicando melhor aderência e continuidade no tratamento. Esses dados reforçam a necessidade de políticas segmentadas e monitoramento ativo para garantir o uso responsável e sustentável dentro dos programas corporativos.

Uma publicação de 2024 do The New England Journal of Medicine demonstra taxas de resolução de até 63% na hepatite gordurosa com os GLP-1, além de benefícios cardiovasculares. “São uma das maiores inovações no tratamento da obesidade e das doenças metabólicas, com benefícios que vão muito além da perda de peso. O problema não está no medicamento, que é altamente eficaz quando bem indicado, e sim em uso indiscriminado e sem supervisão médica. Esse uso sem critério traz riscos sérios como perda de massa magra, desnutrição, distúrbios gastrointestinais e risco cardiovascular, além de desviar o foco do tratamento de quem realmente precisa. Também representa uma ameaça concreta à sustentabilidade dos sistemas de saúde. Boa medicina não é sobre acesso irrestrito, é sobre acesso responsável, baseado em dados, governança e critérios clínicos rigorosos”, finaliza Alexandre Vieira, Diretor Médico da Funcional Health Tech.

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