Doutores da Alegria divulga balanço de atividades
Prestes a completar 28 anos de atividade, Doutores da Alegria compartilha os resultados mais recentes com a divulgação do Balanço 2018, já disponível em seu site oficial. Publicação reforça os avanços da organização, que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, em seu reposicionamento diante da sociedade. Há três anos, uma nova tarefa institucional propõe a arte como mínimo social para crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. E reforça a cultura como um direito de todos.
Após este importante processo de reposicionamento na estrutura de gestão, 2018 foi o ano escolhido para uma reavaliação da imagem do grupo junto à sociedade. A pesquisa, realizada pela Sutil Branding People, contou com a participação de 769 pessoas, incluindo o público nas ruas, empresas privadas, profissionais de saúde e colaboradores.
Em linhas gerais, 96% das pessoas abordadas afirmaram conhecer ou já ter ouvido falar em Doutores da Alegria, identificando o trabalho como apoio à terapia hospitalar.
Na mesma amostra, mais de 90% dos entrevistados reconheceram que a importância da arte e entendem que ela deva ser acessível a todos; por fim, mais de 81% avaliaram que a atividade dos Doutores pode ajudar no desenvolvimento social.
Termos como empatia, alto-astral, generosidade e delicadeza foram os mais utilizados pelos participantes da pesquisa ao se referirem ao trabalho.
“Estar à frente de uma das organizações mais reconhecidas em nosso país traz uma responsabilidade enorme. A associação Doutores da Alegria se mantém como um legado potente, que demonstra como a sociedade organizada é capaz de gerar bons exemplos e influenciar políticas públicas.” Luís Vieira da Rocha, diretor-presidente.
Resultados Expressivos
Entre os números apresentados, destaque para as mais de 200 mil intervenções artísticas realizadas para crianças hospitalizadas, acompanhantes e profissionais de saúde nas doze unidades de saúde pública atendidas – oito em São Paulo (SP) e quatro no Recife (PE). Ao todo, cerca de 57 mil crianças foram impactadas.
Ainda em São Paulo, mobilizações especiais como Bloco do Riso Frouxo, São Joãozinho e Palhaçada Natalina reuniram 8,3 mil pessoas, com itinerância pelos hospitais atendidos.
Já os 15 anos de intensa atividade na capital pernambucana foram celebrados por mais de 4 mil pessoas que participaram do Bloco do Miolo Mole e presenciaram os cortejos de São Joãozinho e do Auto de Natal.
A cidade também recebeu a exposição “A Máscara do Palhaço Inserida no Ambiente Hospitalar”, relembrando momentos marcantes dos besteirologistas recifenses.
Por fim, no Rio de Janeiro (RJ), 13 mil pessoas assistiram apresentações de artistas convidados pelo projeto Plateias Hospitalares, em seis hospitais públicos. Sob curadoria dos Doutores da Alegria, artistas locais transformam o espaço do hospital em palco para música, artes cênicas, poesia e contação de histórias. Desta vez, foram 77 espetáculos de 18 grupos e companhias.
Novos Modelos de Atuação
Pela primeira vez trajetória da associação, os palhaços passaram a visitar uma ala hospitalar composta por adultos: a Clínica Médica Adulta do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina (HU), em São Paulo. A iniciativa reforçou a parceria de quase uma década com o hospital, que tem sofrido com tentativas e ameaças de desmonte.
No Hospital do M’Boi Mirim, na zona sul paulistana, a organização consolidou no último ano a implantação de um modelo de atuação com várias atividades estratégicas, desde planejamento em parceria com a gestão do hospital e formação de lideranças para exercitar a prática humanização, até formação para artistas e apresentação de artistas da região, estimulando a relação entre arte, saúde e comunidade.
Formação e Repertório
Já incluído entre os clássicos do repertório do grupo, o infantil “Numvaiduê”, com direção de Gustavo Kurlat, levou 2,6 mil pessoas ao Teatro Eva Herz e outras 5,9 mil às sessões realizadas no edital de circulação do ProAC, em todo estado de São Paulo.
Em paralelo, dando sequência ao trabalho referencial de formação da Escola dos Doutores da Alegria, o Programa de Formação de Palhaço para Jovens (PFPJ) apresentou “O Que Dizer de Tudo Isso: Ou…”, espetáculo de sua 7ª turma, no Teatro Fecap e nas comunidades onde os 22 alunos residem, na capital e Grande São Paulo. As sessões reuniram mais de 2 mil pessoas.
Por meio de pesquisa realizada em parceria com o Instituto para Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), a associação também aproveitou a oportunidade para mensurar o impacto do projeto. A partir da metodologia SROI (Social Return On Investment), a análise constatou que a cada R$ 1 investido no programa, R$ 2,61 são gerados em benefícios sociais.
Aplicação de Recursos
Gratuito para os hospitais, o trabalho do Doutores é mantido por recursos financeiros gerados por meio de patrocínio, doações de empresas e pessoas e por meio de atividades que geram recursos, como palestras e parcerias com empresas.
Em 2018, a associação arrecadou R$ 8,9 milhões, sendo 74,3% deste montante por meio de doações de empresas por lei de incentivo, 9% por meio de produtos, serviços e cursos. O restante dividiu-se em parceria com cartões de crédito (5,4%) doações de pessoas físicas (3%), doações de pessoas físicas por leis de incentivo (3%), doações de empresas sem leis de incentivo (2%), campanhas de marketing e licenciamento (2,5%).
Perfil
Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que introduziu a arte do palhaço no universo da saúde, intervindo junto a crianças, adolescentes e outros públicos em situação de vulnerabilidade e risco social em hospitais públicos.
Fundada em 1991 por Wellington Nogueira, transita pelos campos da saúde, da cultura e da assistência social e reforça a cultura como um direito de todos. Desenvolve o Programa de Palhaços em 12 hospitais de São Paulo e Recife. No Rio de Janeiro, com o projeto Plateias Hospitalares, mantém uma programação artística permanente e diversa em seis hospitais.
A Escola Doutores da Alegria traz formações diversas para o público em geral e para artistas e, entre suas iniciativas, se destaca o Programa de Formação de Palhaço para Jovens. A organização desenvolve ainda espetáculos e intervenções urbanas. O trabalho é gratuito para os hospitais e mantido por doações de empresas e pessoas.