Intervenções baseadas na família podem melhorar a saúde mental de jovens

Um estudo abrangente e de grande escala conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para avaliação do programa Famílias Fortes demonstrou impactos significativos na melhoria das relações familiares em todo o Brasil. O estudo recentemente publicado na revista Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health envolveu 1.610 participantes de 805 famílias distribuídas em 12 municípios de cinco estados, proporcionando uma visão detalhada dos efeitos do programa adaptado ao contexto brasileiro. O estudo utilizou-se de padrão ouro de metodologia científica para a avaliação de efeito de programas, um ensaio controlado randomizado. As famílias eram frequentadoras de Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) do governo ou outros núcleos de suporte em assistência social da sociedade civil, sendo em sua maioria famílias de renda baixa.

Conduzido pelo núcleo de pesquisa Previna, do Departamento de Medicina Preventiva, em parceria com o Departamento de Psiquiatria da Unifesp, além de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de São Paulo (USP) e Østfold University College na Noruega, o estudo foi liderado pela professora Zila Sanchez. Após seis meses de intervenção, os resultados são promissores. “Observamos uma redução de 60% na probabilidade dos pais serem negligentes, e uma diminuição de 80% na exposição dos adolescentes a episódios de embriaguez dos pais”, relata a professora Sanchez. A pesquisa também revelou um aumento significativo no uso de estratégias disciplinares não-violentas por parte dos pais ou responsáveis.

Sanchez destacou a importância dos resultados para as políticas públicas. “Os efeitos positivos sobre os resultados familiares sugerem um potencial preventivo significativo entre a população brasileira, que pode ser crucial para futuras intervenções.”

O programa Famílias Fortes, adaptação brasileira do Strengthening Families Programme (SFP 10-14) desenvolvido no Reino Unido, é implementado nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e inclui sete encontros semanais que focam no fortalecimento das habilidades parentais e dos laços familiares.

Apesar dos avanços, o programa não mostrou reduções significativas no uso de drogas pelos adolescentes no curto prazo. No entanto, a professora é otimista. “Embora não tenhamos visto uma redução no uso de drogas no curto prazo, os avanços na dinâmica familiar são encorajadores, visto que são mediadores do comportamento futuro desses adolescentes. Pais menos negligentes tendem a educar seus filhos com estratégias protetoras a diferentes comportamentos de risco. Avaliações de longo prazo são necessárias para verificar se essas mudanças podem levar à redução do uso de drogas”.

Os resultados indicam que intervenções baseadas na família podem ser um caminho promissor para enfrentar desafios relacionados ao uso de drogas e melhorar a saúde mental e o bem-estar dos jovens. O programa visa não apenas melhorar a coesão e a comunicação familiar, mas também, a longo prazo, reduzir o uso de drogas entre adolescentes, contribuindo para a formação de uma geração mais saudável e resiliente.

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