Pesquisa analisa influência dos gestores na Saúde Corporativa
A Alice, plano de saúde para empresas, lançou a segunda edição do estudo “Pulso RH”. O material tem como tema “Saúde corporativa: qual é a influência dos gestores?” e foi feito em parceria com a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Ifood Benefícios e Grupo Fleury.
Conduzida pela Opinion Box, a pesquisa ouviu mais de mil pessoas entre 25 de março e 5 de abril. Do total de entrevistados, 46,8% são gestores e 53,2% não são. Nas empresas que se importam com a saúde e bem-estar dos colaboradores, 88,1% dos entrevistados concordam que o gestor deles apresenta bons exemplos de saúde e bem-estar. Já em empresas que não se importam, o número cai para 41,3%.
“O que mais nos chamou a atenção na pesquisa é que quando os gestores dão bons exemplos de cuidados com a saúde e bem-estar, melhoram o engajamento, a motivação e a cultura de seu time. No total, 76% dos profissionais sentem orgulho de trabalhar em empresas nas quais os líderes dão esses bons exemplos. Além disso, 74% dos colaboradores recomendam a empresa como um ótimo lugar para se trabalhar, neste cenário”, comenta Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice.
O impacto do exemplo da liderança
O estudo também apontou que 77,3% dos respondentes acreditam que o gestor apresenta bons exemplos de saúde e bem-estar. Dentro desse total, 64,4% classificaram a própria saúde como positiva. “Ou seja, se o gestor dá bons exemplos de saúde, o time também tende a identificar sua própria saúde como positiva. Por outro lado, quando os liderados não recebem bons exemplos, apenas 43,3% classificam sua saúde como boa”, ressalta Sarita.
Dos que consideram que os líderes dão bons exemplos de saúde, 87,7% sentem que a empresa demonstra que o seu bem-estar e saúde são importantes. Para Sarita, esse fator também impacta na saúde do profissional e o ajuda a separar melhor a vida profissional e individual, conquistando mais tranquilidade, bem-estar e saúde. “O resultado reforçou o que já tínhamos analisado na edição anterior: quando a empresa se preocupa com a saúde e bem-estar do time, o engajamento mais que dobra. Agora, vemos de forma mais específica o papel da gestão nessa dinâmica”, destaca a executiva.
A diretora executiva de Pessoas, Experiência do Cliente, Marketing, Sustentabilidade e Impacto Social da BP, Maria Alice Rocha, ressalta que existe muito valor no cuidado diário e cultura de bem-estar que deve ser oferecido aos colaboradores no geral, pois isso está diretamente ligado a maneira que cada um vai se relacionar com os clientes e com todo o seu entorno, criando experiências diárias notáveis e, consequentemente, ganho para todos. “Toda a jornada do colaborador é importante, desde o processo de seleção e admissão até o suporte contínuo à sua saúde física e mental. Oferecer cuidado total e olhar para a saúde em todas as suas dimensões: emocional, social, financeira e intelectual, faz com que o indivíduo fique bem e isso gera valor para todos”, conta a diretora.
Para Natalia Ubilla, Head HRBP – Fintech & Groceries do iFood Benefícios, as corporações têm um papel decisivo na saúde dos colaboradores. “Precisa ser um dos pilares no processo de gestão de pessoas dentro das empresas, com vantagens que vão além do bem-estar do time e impactam positivamente os resultados de negócios das companhias. Tomar iniciativa neste cuidado diminui os índices de rotatividade, promove a retenção de talentos e melhora os níveis de engajamento com benefícios que vão além do aspecto profissional e transformam as vidas das pessoas”, afirma.
Edgar Gil Rizzatti, presidente de Unidades de Negócios Médico, Técnico, de Hospitais e Novos Elos do Grupo Fleury, acredita que ter conhecimento sobre a percepção dos colaboradores em relação à saúde e bem-estar empresarial é um fator de extrema importância. “A influência da liderança faz toda a diferença na saúde do time de trabalho e, consequentemente, da empresa. Conforme mostram os números, promover um ambiente corporativo saudável e produtivo é positivo para todos os envolvidos”, considera.
Benefícios mais oferecidos
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre como a empresa em que trabalham contribui para que o colaborador tenha mais saúde e bem-estar. Os respondentes podiam marcar mais de uma opção e essas foram as cinco principais respostas selecionadas:
- Fornece um plano de saúde (34,2%);
- Permite que a pessoa faça pausas regulares ao longo do dia (26,6%);
- Fornece benefícios para alimentação/atividade física e incentiva que a pessoa doente de fato se afaste do trabalho (ambas respostas com 26%);
- Tem um ambiente de trabalho e práticas de gestão que garantam o bem-estar e a segurança psicológica dos funcionários (24,4%);
- Facilita a flexibilidade e organização da própria agenda (24,1%).
Alguns benefícios não dependem somente das pessoas que lideram, mas outros, como segurança psicológica, podem ser diretamente influenciados pela gestão. “Nesse sentido, o líder tem o papel de trabalhar com processos didáticos e transparentes de desenvolvimento e de comunicação, especialmente de feedbacks, para evitar gerar ansiedade desnecessária, por exemplo. Além das temporadas de avaliação de desempenho de toda a empresa, é importante fornecer feedbacks empáticos, construtivos e constantes, sejam positivos ou de melhoria, em projetos e atividades pontuais. Assim, a pessoa ganha a chance de continuar o que está acertando e ajustar o que precisa evoluir, de forma que a avaliação de desempenho não se torne uma surpresa com potencial impacto negativo na saúde mental e no engajamento”, afirma a CHRO da Alice.
Além de contratar os recursos de saúde para o time, a executiva também recomenda analisar se são os melhores possíveis. “Quando pensamos em plano de saúde, é preciso garantir que esse benefício inclui cobertura adequada para consultas médicas, saúde mental e outras necessidades. Além disso, um plano que consiga medir e gerar dados, acompanhar a evolução da saúde dos beneficiários e fazer um cuidado personalizado com foco em prevenção, além de ser excelente para o time, também facilita a vida do RH para que este possa focar nas demais necessidades dos colaboradores”, explica Sarita.
Segundo a executiva, as empresas e líderes também precisam se preocupar com outros aspectos, como flexibilização do modelo de trabalho. Isso porque, após o estabelecimento do trabalho remoto durante a pandemia, algumas empresas voltaram totalmente para o sistema presencial.
“A pesquisa reforça que flexibilizar esse modelo pode trazer mais benefícios para a saúde do profissional, além de seu engajamento, e que isso já é notado pelas pessoas como essencial para sua própria saúde. Na Alice, por exemplo, temos um escritório que foi planejado para o modelo híbrido. Nossos gestores têm autonomia para organizar a rotina junto aos seus times, isso envolve encontros presenciais e ao mesmo tempo, dependendo da área, damos flexibilidade para o nosso time trabalhar de casa alguns dias por semana. É uma das formas que encontramos de promover conexões de forma intencional e ao mesmo tempo proporcionar economia de tempo e energia para que esses recursos sejam gastos com o que traz às pessoas mais saúde e felicidade”, finaliza Vollnhofer.