74 anos do ultrassom: tecnologia revolucionou a medicina obstétrica
Por Taryna Navarro
O primeiro momento de emoção na vida de uma futura mãe é a descoberta da gravidez, mas é a primeira ultrassonografia que muitas vezes torna o momento ainda mais real. O batimento do coração, o formato daquele pequeno ser se formando, além de poder acompanhar o desenvolvimento de perto são apenas algumas das inúmeras alegrias que essa tecnologia proporcionou para as pessoas. Se engana quem pensa que a medicina moderna do século XX foi a grande inspiração para criação do ultrassom, pois essa história se inicia em meados de 1700, quando Lazzaro Spallanzini demonstrou que os morcegos eram capazes de se orientar pela audição.
Quase 200 anos depois, após a segunda guerra mundial, a tecnologia começa a ganhar destaque na medicina e o ultrassom tornou-se um dos instrumentos que revolucionou o segmento. Um dos pioneiros foi o médico americano Douglas Howry, junto com sua esposa Dra. Dorothy Howry, e dois engenheiros, Roderick Bliss e Gerald Posakony que construíram o primeiro dispositivo capaz de criar imagens para diagnóstico por meio do som em 1949. Devido a limitações tecnológicas da época, as imagens eram em preto e branco com baixíssima resolução, mas ainda sim, um avanço revolucionário para identificação de doenças e características de bebês antes do nascimento.
Com a chegada da era digital, diversas melhorias foram implementadas nos equipamentos médicos e o ultrassom não ficou de fora. Antigamente era comum vermos imagens borradas, sem definição, que até faziam sentido para os médicos, mas nem todos os pacientes conseguiam ter a visibilidade adequada na hora de verem seus filhos pela primeira vez. Aparelhos atuais conseguem mostrar o rosto do feto com anatomia 3D de alta resolução, com detalhes excepcionais e percepção de profundidade realista. Agora, as mães conseguem até ver com qual parente a criança mais se assemelha com o bebê ainda no útero.
Outra vantagem revolucionária que os ultrassons modernos trouxeram para rotina das mulheres grávidas é a identificação de doenças, possíveis deficiências, e outros problemas de saúde de maneira muito mais assertiva, tanto nas mães como nos seus futuros filhos. Os dispositivos atuais contemplam diversos recursos e usam inteligência artificial para realizar exames como a medição do crânio do bebê com visualizações transversais e a medição dos parâmetros de crescimento do corpo inteiro do feto. Fluxo sanguíneo, batimentos cardíacos e outras características são analisadas com mais nitidez com tecnologias 3D que iluminam essas partes do corpo dando destaque na imagem final.
A tecnologia e a medicina sempre foram parceiras indispensáveis para a melhora da qualidade de vida das pessoas e a criação dos ultrassons e suas evoluções com certeza entram para o hall da fama dos marcos históricos neste segmento.
*Taryna Navarro é gerente da divisão de Healthcare & Medical Equipment da Samsung Brasil.