Youtube abraça a luta pelas vacinas
O YouTube anunciou que desde 29 de setembro, passou a eliminar de sua plataforma todos os vídeos que pregam a não aplicação de vacinas aprovadas pelas autoridades da saúde pública; até então, essa regra valia apenas para os vídeos contrários à vacinação contra a Covid-19.
O YouTube e outras plataformas, como Facebook, Twitter e Reddit dizem procurar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a proliferação de falsidades. Ao longo dos anos, o YouTube diz ter lutado contra teorias de conspiração, discriminação, ódio, assédio, exploração infantil, publicação de vídeos mostrando assassinatos em massa e outras barbaridades. Apesar disso, os críticos do YouTube argumentam que os esforços de moderação de conteúdo da empresa ainda são insuficientes ou chegam tarde demais.
O YouTube começou a retirar do ar todos os vídeos alegando que as vacinas aprovadas não funcionam, são perigosas, causam problemas crônicos de saúde ou contêm ingredientes nocivos. A empresa afirmou que afirmações falsas sobre as vacinas contra o coronavírus geram desinformação sobre outras vacinas, e que agora chegou a um ponto em que é mais importante do que nunca expandir o trabalho que iniciou com a Covid-19 para outras vacinas, como as contra sarampo e hepatite B.
Desde fevereiro de 2020, o YouTube removeu mais de 1 milhão de vídeos que continham informações “perigosas” sobre o coronavírus, como relatos de falsas curas ou alegações de que a pandemia era uma farsa; dentre esses, 130 mil relacionados especificamente às vacinas.
Observe-se que o YouTube remove, a cada trimestre, cerca de 10 milhões de vídeos. Ele é o segundo site mais acessado do mundo, perdendo apenas para o Google; 2 bilhões de pessoas o acessam a cada mês.
A nova política da empresa permitirá conteúdo acerca de novas pesquisas, sucessos e fracassos históricos na área de vacinas, bem como depoimentos pessoais relacionados ao tema, desde que não configurem campanhas contra a vacinação.
*Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.