Custo médico-hospitalar tem variação de 16,9% em 12 meses

O Índice de Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH) produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de 2018. Assim como tem ocorrido nos últimos anos e ao longo da série histórica do índice, o crescimento foi muito superior à oscilação da inflação geral do País, medida pelo IPCA, que registrou aumento de 2,7% no mesmo período.

Houve menor intensidade de aumento do VCMH/IESS no período analisado em relação ao mesmo período de 2017, quando a alta foi de 19,4%. Na visão de Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, a principal hipótese para explicar o comportamento do indicador está no esforço das operadoras de planos de saúde em promover programas de atenção primária e promoção da saúde aos beneficiários, incorrendo em redução de custos. Além disso, ele acredita que o setor de saúde suplementar possa estar apresentando indícios de melhoria a partir da aplicação de novos modelos de pagamento para a prestação de serviços de saúde, na busca por eficiência.

“O índice VCMH de 16,9% continua elevado. O que se nota é um esforço das operadoras em modernizar os modelos de pagamento, seguindo os padrões prospectivos, como os aplicados nos mercados mais desenvolvidos. Mas, infelizmente, a série histórica ainda reflete a maior prevalência da chamada ‘conta aberta’ no período”, analisa Carneiro.

O aumento do índice VCMH foi impulsionado, principalmente, pelos itens de despesas de Internação e de Terapias. “Apesar do item ‘Outros Serviços Ambulatoriais’ ter apresentado a maior variação proporcional, de 27,4%, seguido por Terapias, cujo índice foi de 26,6%, esses dois itens ainda representam um peso menor na composição total das despesas”, comenta Carneiro. “As internações, item que compõe a maior parte da variação de custo, com 61%, teve aumento de 16,7%”, analisa. Consultas e Exames tiveram variação de 9,5% e 10,1%, respectivamente.

O IESS aponta que o avanço nos custos da saúde suplementar do Brasil se dá sob um grande volume de falhas de mercado, como de assimetria de informações na cadeia que compromete comparações e concorrência e não confere clareza nos critérios de formação de preços de insumos como materiais e medicamentos. A adoção de novas tecnologias sem a exigência de estudos de custo-efetividade e análise do sistema em absorver esse incremento de despesas é outro fator de pressão de custos.

“Essas novas tecnologias têm sido aprovadas pelos órgãos reguladores sem uma análise mais detalhada de custo-efetividade. Diferente de outros países, a saúde suplementar não dispõe de requisitos técnicos que definam critérios claros para o ingresso de uma nova tecnologia, diferentemente do que ocorre no SUS, que conta com a avaliação da Conitec”, argumenta.

Outro ponto importante decorre do fato de o Brasil passar por um processo de transição demográfica, com a maior participação de idosos no total da população, o que impacta diretamente na demanda de serviços de saúde, em especial de internações. Note-se que a faixa etária de idosos é a que mais cresce no mercado brasileiro de saúde suplementar.

No Brasil, o VCMH do IESS é o único índice do setor disponibilizado ao público, calculado de forma consistente há mais de dez anos, com base numa amostra de aproximadamente 10% do total de beneficiários de planos individuais e familiares de todas as regiões do país. Para Carneiro, a análise do índice VCMH é fundamental para a compreensão dos fatores que têm influência direta na variação de custo e nos reajustes de planos para que se consiga pensar ferramentas para garantir a sustentabilidade do setor. “O resultado do índice VCMH preocupa. Mesmo com a forte saída de pessoas das carteiras dos planos de saúde nos últimos anos, os custos continuam batendo recordes”, afirma. “É importante, portanto, compreender que diversos vetores são consequência do modelo atual do sistema no país e suas deficiências estruturais. Operadoras, prestadores de serviços de saúde, governo e beneficiários precisam debater a modernização do sistema para garantir seu equilíbrio econômico, financeiro e assistencial. Ignorar essa necessidade é assumir o risco de comprometer a sustentabilidade do setor, o que prejudicaria não só os beneficiários de planos de saúde, mas todos os brasileiros, já que estaríamos acrescentando parcela significativa dos mais de 47 milhões de pessoas as já longas filas do SUS”, finaliza.

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