Força e Resiliência: O valor social do médico
No Brasil, a comemoração do Dia do Médico acontece em 18 de outubro, em homenagem a São Lucas, padroeiro dos médicos segundo a fé cristã. De fato, seria ótimo se o santo pudesse nos transmitir poderes divinos para enfrentar essa missão aparentemente de outro plano que 2020 nos apresenta.
Não desejo esperar até lá para abrir o coração e prestar justa homenagem. A “ameaça invisível”, o vírus, nos pegou de surpresa e nos mantém em ameaça por meses. Os médicos, entretanto, mostram força e resiliência. Nos dedicamos e trabalhamos como nunca, pois nosso maior bem tem de ser preservado: o paciente.
De pouco em pouco, vamos aprendendo a amenizar os impactos provocados pela doença. Enfrentamos toda a sorte de obstáculos. O medo de ser contaminado, a insalubridade nos centros de atendimento, as unidades lotadas de pacientes, a ganância de certas operadoras de planos de saúde, a falta de remuneração adequada, a subnotificação, a baixa adesão da população às medidas preventivas, a exaustão física e emocional…
Contra uma pandemia que parece estar longe de terminar, entregamos diariamente o nosso máximo. Extrema dedicação, disposição e força de vontade formam a base central de nossa terapêutica.
Enquanto a Ciência busca caminhos para vencer a Covid-19, seguimos na raça a compor a linha de frente. Tem de ser assim: afinal, “a medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza”, como preconiza o primeiro artigo do Código de Ética Médica.
Já avançamos no campo científico, mas a jornada é árida. Em momento algum, os médicos tiram isso da mente. Não importa o quanto dura seja a contenda, nossa missão é a de proteger a vida humana. Não temos dúvidas que conseguiremos.
Parabenizo a todos os colegas médicos pelo esforço, devoção e empenho. Aos que a pandemia tomou como vítimas, expresso sentimentos e respeito a familiares e amigos.
O médico tem valor, gigante. É hora de unirmo-nos, todos, para que gestores e empresas também reconheçam tal relevância, valorizando o exercício da Medicina.
*Antonio Carlos Lopes é presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.