47% dos hospitais com UTI adulto têm ações contra resistência microbiana
Dados parciais de um levantamento realizado em 2019 com 954 hospitais com unidade de terapia intensiva (UTI) adulto revelou que 47,5% deles (453) possuíam Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos (PGUA). A implementação desse programa é recomendada para o enfrentamento da resistência microbiana, que é a capacidade de bactérias, fungos, parasitas e outros agentes etiológicos (microrganismos que causam doenças) resistirem à ação de antimicrobianos, diminuindo ou eliminando a eficácia desses medicamentos para curar ou prevenir infecções.
A pesquisa também identificou as principais ações adotadas para o uso racional dos antimicrobianos nos hospitais. Entre elas estão a readequação de terapias, conforme resultados laboratoriais microbiológicos (371 hospitais), e a utilização de protocolos clínicos para as principais síndromes presentes na unidade (293), além da realização de monitoramento periódico de indicadores de uso de antimicrobianos (290).
De acordo com o levantamento, as 954 unidades participantes representaram 55% do total de hospitais com leitos de UTIs adulto habilitados no país. A pesquisa foi feita por adesão, por meio do preenchimento de um formulário de autoavaliação, dentro do Projeto Stewardship Brasil, lançado em 2019 pela Anvisa, em parceria com a Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar (ABIH).
O objetivo do projeto foi identificar oportunidades de melhoria e buscar estratégias para promover a implementação desses programas em todos os hospitais do país. Portanto, além de fornecer um panorama nacional sobre os programas, a pesquisa possibilitou o levantamento de dados para a elaboração de ações de promoção da implementação de PGUAs nos hospitais brasileiros.