USP inaugura laboratório que identifica doenças emergentes
A Universidade de São Paulo (USP), por meio de acordo tripartite assinado pelo Instituto Pasteur e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inaugurou a Plataforma Científica Pasteur-USP no Centro de Inovação na zona oeste da capital paulista.
A plataforma conta com um conjunto de 17 laboratórios do renomado instituto francês voltados à pesquisa de agentes patogênicos – organismos capazes de causar doenças infecciosas em seu hospedeiro – emergentes, cujas infecções podem provocar danos no sistema nervoso central, como os vírus zika, dengue, febre amarela, e influenza.
Um aumento inesperado do número de crianças nascidas com microcefalia e nenhuma informação sobre a causa. Esse era o cenário do Brasil entre 2014 e 2015 quando o Ministério da Saúde registrou um surto da anomalia. O combate a epidemias e a identificação antecipada de vírus e parasitas deverão ficar mais ágeis no País com a plataforma.
“A ideia principal é uma estratégia científica voltada, principalmente, à descoberta de soluções para agentes que causam epidemia, como o vírus zika, dengue, mayaro”, disse a pesquisadora Paola Minoprio, diretora de pesquisa do Instituto Pasteur e coordenadora da plataforma, junto com o professor Luiz Carlos Ferreira, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.
De acordo com a diretora, a escolha da USP se deu em razão das pesquisas realizadas pela universidade e da proximidade dos estudos desenvolvidos pelas duas instituições. “As linhas de pesquisa do Pasteur são muito semelhantes às do ICB e os dois institutos já desenvolvem projetos colaborativos”. De acordo com a USP, os institutos têm em comum pesquisas nas áreas de imunologia, biologia celular, microbiologia e parasitologia.
Estrutura da plataforma
O investimento previsto para a finalização da plataforma é de cerca de R$ 40 milhões, sendo R$ 15 milhões em equipamentos. Ela conta com 1.700 m² de área total, na qual irão funcionar 17 laboratórios. Destes, quatro são destinados a um nível maior de segurança, chamado biossegurança nível 3. Salas possuem 200 m² e cada uma é composta de três câmaras pressurizadas, garantindo o controle da pressão presente nelas.
Por envolverem análise de microrganismos que apresentam riscos, as salas possuem acesso controlado. Os pesquisadores que atuarão na plataforma passarão por um treinamento de procedimentos de segurança. Toda essa estrutura está localizada no Centro de Inovação e Pesquisa (Inova) da USP.
O Instituto Pasteur possui atualmente 33 centros de pesquisa em 26 países, integrantes da Rede Internacional do Instituto Pasteur.