Unifesp é contemplada pelo CNPq com um novo INCT
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), divulgou o resultado final da Chamada INCT — CNPq nº 58/2022. Foram aprovados um total de 58 novos projetos do programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) obteve um projeto entre os aprovados: o INCT em Modelagem de Doenças Humanas Complexas com Plataformas 3D (INCT Model3D), sob coordenação da pesquisadora Marimélia Porcionatto, professora titular do Departamento de Bioquímica da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Unifesp.
O INCT Model3D contará com investimento de R$ 5.653.000,00, reunirá pesquisadores de universidades públicas estaduais (USP e Unicamp) e federais (UFSCar, UFPR, UFSC e UFRGS), institutos de pesquisa (CNPEM e Fiocruz), startups da área de biomateriais e colaboradores internacionais. O INCT deverá alavancar a pesquisa e inovação no desenvolvimento de modelos experimentais para doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças neurodegenerativas, doenças do neurodesenvolvimento e câncer.
“Os modelos serão desenvolvidos utilizando novas abordagens tecnológicas como bioimpressão 3D e microfluídica, organoides e novos biomateriais. O objetivo principal do grupo é produzir modelos para compreender mecanismos celulares e moleculares das doenças, bem como produzir plataformas para testes de novos fármacos e novas estratégias terapêuticas para doenças com pouco ou nenhum tratamento”, explica Marimélia.
A coordenadora do novo INCT da Unifesp revela que além do desenvolvimento científico e tecnológico, o grupo realizará ações de divulgação e difusão da ciência para a sociedade abordando os temas com estudantes da educação básica. “Sendo a sede do projeto, a EPM/Unifesp se posicionará entre as principais instituições no mundo que buscam abordagens modernas e inovadoras para modelagem in vitro de doenças humanas”, complementa a pesquisadora, que é uma das 17 mulheres coordenadoras de INCTs aprovados nesta chamada.
Para a professora Lia Rita Azeredo Bittencourt, pró-reitora de Pós-Graduação de Pesquisa da Unifesp, um novo INCT para a universidade representa “uma grande honra para nossa instituição, por ser um resultado de uma proposta de projeto ousado que engloba a excelência da pesquisa, da inovação científica e tecnológica, além de propiciar ensino de alta qualidade. Esta conquista retrata a maturidade da pesquisadora coordenadora, professora Marimélia, e o esforço de uma equipe multidisciplinar e interinstitucional que buscará com este INCT dar retorno para uma demanda importante da nossa sociedade”.
“A aprovação deste INCT representa para a Unifesp mais uma grande iniciativa que está sintonizada com seu ideal de buscar a excelência em pesquisa, visando propiciar inequívocos avanços para nossa sociedade por meio do desenvolvimento científico e tecnológico”, ressalta Elbert Einstein Neher Macau, coordenador de pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da Unifesp.
O CNPQ divulgou o resultado para constituição dos novos INCTs a partir do fomento a propostas de pesquisa de excelência em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento, visando a solução dos grandes desafios nacionais. Os novos 58 INCTs terão, ao todo, um financiamento de cerca de R$ 324 milhões. Estes recursos são oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) do MCTI.
Os INCTs apoiados deverão desenvolver projetos de pesquisa de alto impacto científico e tecnológico, priorizando a interdisciplinaridade, além de forte interação com o sistema produtivo, setor público e com a sociedade. Dessa forma, a complexidade das redes de pesquisa estabelecidas no âmbito dos INCTs enfatiza a importância dos Comitês Gestores desses Institutos, essenciais para a boa gestão e governança dessas redes.
O CNPq destaca que a aprovação destes INCTs promove a ampliação de temas e áreas estratégicas para o Brasil, como segurança alimentar, agricultura de baixo carbono, saúde única (one health), desigualdades e violência de gênero, inteligência artificial, e nanofármacos entre outros. Os 58 novos INCTs estarão presentes em todas as regiões do país.
O Programa INCT caracteriza-se por grandes projetos de pesquisa de longo prazo, em redes nacionais e ou internacionais de cooperação científica para o desenvolvimento de projetos de impacto científico e de formação de recursos humanos. Segundo o CNPq, cada um dos 104 INCTs atualmente em execução atua em temas de diferentes áreas do conhecimento, envolvendo milhares de pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas, em diferentes laboratórios e centros que integram as redes de pesquisa.
Também se destaca nesse programa a participação de parceiros institucionais no âmbito federal e estadual, por meio das Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados e do Distrito Federal. Confira aqui o resultado final da Chamada INCT – CNPq nº 58/2022.