Os benefícios da IA para diagnósticos e tratamentos cardiológicos
Nos últimos anos, a inteligência artificial tem se tornado cada vez mais constante em nossa rotina e, na medicina, ela ajuda com diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e soluções preventivas para combater diversas doenças. Além disso, as inovações tecnológicas estão ajudando médicos a tomarem decisões mais rápidas e assertivas, contribuindo para tratamentos mais eficazes e com menos riscos para os pacientes.
“A IA é um grande aliado na prática médica e muitas pessoas acreditam que ela veio para substituir o médico, mas ela não vai substituir ninguém. Estudos mostram que, em alguns cenários e em alguns diagnósticos, ela foi superior ao médico, mas o que muitas vezes não se fala é que, quando junta o médico com a IA, o resultado foi surpreendente”, afirma o médico cardiologista Marcelo Bergamo.
Na cardiologia, essas inovações têm sido particularmente transformadoras, oferecendo novas possibilidades de detecção precoce e tratamentos mais eficazes. As doenças cardiovasculares ainda são uma das principais causas de morte no Brasil e, diante deste cenário, utilizar as inovações tecnológicas podem ajudar os médicos a tomar decisões mais rápidas e assertivas, contribuindo para tratamentos mais eficazes e com menos riscos para os pacientes.
A tecnologia também se mostra revolucionária na prevenção, inclusive, em casos de pacientes assintomáticos. Doenças como a fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca que pode causar AVCs graves, podem ser detectadas antes mesmo de apresentarem sintomas evidentes. “Hoje em dia, existe um exame chamado Holter de 24h, onde o paciente fica monitorizado, como se fosse um eletrocardiograma do dia todo. Só que, às vezes, o exame não detecta nenhuma arritmia específica. Só que, atualmente, conseguimos conciliar o laudo do holter com a IA que analisa o traçado do exame. Assim, conseguiram prever o surgimento de fibrilação atrial com uma precisão bem interessante. Isso possibilita já entrar com a medicação e evitar complicações graves no futuro, como um acidente vascular cerebral”, detalha.
Bergamo também cita os dispositivos vestíveis, como smartwatches, que estão desempenhando um papel interessante neste cenário: “Esses relógios inteligentes já conseguem auxiliar nesse diagnóstico de arritmia do coração, de fibrilação atrial. É uma ferramenta importante e é completamente associada à IA. Entretanto, a avaliação de pressão arterial por esses aparelhos ainda não têm comprovação de eficácia validada”, pondera.
Com o avanço contínuo da IA, o futuro da cardiologia promete ser ainda mais conectado e preventivo até para cirurgias: “Será uma ferramenta poderosa no auxílio dos cirurgiões. Diante das técnicas cirúrgicas mais sofisticadas, ela pode sugerir como seria uma abordagem mais eficaz e segura para determinada cirurgia, inclusive com simulações de risco para cada evento adverso que possa acontecer. Isso já está sendo usado na Neurocirurgia em grandes centros e diversos estudos já mostram que com a inserção dos dados do paciente, como exame físico e laboratorial, junto do auxílio da inteligência artificial, é possível prever o risco do paciente ter um evento cardiovascular nos próximos anos”, conclui.