Tomossíntese representa economia de R$ 400 milhões para planos de saúde em 5 anos

A tomossíntese digital mamária representa 90% das mamografias realizadas nos Estados Unidos. Na relação custo-efetividade, o exame demonstrou ser custo efetivo em diversos países da Europa. As pacientes com mamas que apresentam densidades fibroglandulares esparsas e heterogeneamente densas (padrões mamários B e C do ACR BI-RADS) representam 70% da população em rastreamento acima dos 40 anos. Caso fosse incorporada como rotina no rastreamento do câncer de mama dessas pacientes na rede suplementar de saúde brasileira, a tomossíntese representaria em 5 anos uma economia de R$ 400 milhões para os planos de saúde. É o que mostra um estudo inédito realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), com o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras (Febrasgo). Da mesma forma que a mamografia, a tomossíntese é um método de imagem, mas com visualização detalhada em cortes de um milímetro de espessura da mama, semelhante ao da tomografia computadorizada. Também chamado de “mamografia 3D”, o exame aumenta a taxa de detecção de carcinomas invasivos em até 40%.

O artigo “Análise de custo-efetividade da tomossíntese associada à mamografia sintetizada no rastreamento do câncer de mama na saúde complementar do Brasil”, que demonstra o potencial benefício clínico e econômico da adoção da “mamografia 3D” no rastreamento do câncer de mama na saúde suplementar brasileira em mulheres entre 40 e 69 anos com mamas de densidades fibroglandulares esparsas e heterogeneamente densas, foi publicado recentemente pela PharmacoEconomics, uma das principais revistas de avaliações econômicas em saúde do mundo.

O estudo liderado pelo mastologista Henrique Lima Couto, coordenador do Departamento de Imagem da Mama da SBM, destaca que a incorporação rotineira da tomossíntese pelo sistema suplementar representaria, em 5 anos, uma economia de R$ 400 milhões para os planos de saúde. “Este recurso poderia ser aplicado na adoção de novas tecnologias, medicações, aumento da cobertura e melhoramento do sistema de saúde complementar no combate do câncer de mama”, afirma o especialista.

A tomossíntese, na definição de Lima Couto, é a evolução da mamografia. “A mamografia é um raio X especializado em que se vê a mama em duas incidências (duas radiografias) de forma estática”, explica. A tomossíntese, como método de imagem, mas com tecnologia avançada, permite visualizar a mama tridimensionalmente, com imagens de um milímetro de espessura reconstruídas em um processo semelhante ao da tomografia computadorizada.

Na mamografia convencional, observa o especialista da SBM, as imagens, por vezes, aparecem sobrepostas, diminuindo a capacidade de detectar o câncer, principalmente nas mamas menos gordurosas. “Ao diminuir esta sobreposição, há aumento da taxa de detecção do tumor em até 40%, o que representa redução dos números de exames inconclusivos e biópsias, aumento dos diagnósticos precoces e diminuição do impacto e do tratamento mutilador e agressivo dos estágios mais avançados”, pontua.

A tomossíntese associada à mamografia sintética, como mostra o estudo publicado na revista PharmacoEconomics, é a tomografia da mama que depois produz uma imagem em 2D. “Então, a paciente tem ao mesmo tempo uma mamografia em 3D e uma mamografia bidimensional em 2D com apenas uma sessão de exposição à radiação”, explica Lima Couto. “Isso permite que o médico tenha alta qualidade de imagem, altas taxas de detecção, mas expondo a paciente à radiação padrão, dentro dos limites de qualidade definidos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)”, completa.

O grupo mulheres assintomáticas, de 40 a 69 anos, com mamas de densidades fibroglandulares esparsas ou heterogeneamente densas, público-alvo no estudo da SBM para a tomossíntese representa 70% da população feminina elegível para rastreamento do câncer de mama. “Hoje, as pacientes atendidas por planos de saúde precisam pagar para realizar o exame”, destaca o mastologista.

A avaliação econômica demonstrada pelo levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia alinha-se com estudos realizados por outros países desde 2016 que atestam a relação custo-efetividade da tomossíntese no rastreamento do câncer de mama. “Se incorporada pela ANS para cobertura obrigatória pelos planos de saúde, o exame vai proporcionar um grande avanço para as mulheres e possibilitar que elas tenham acesso as melhores práticas, conforme as mais importantes entidades médicas da área no mundo, como o Colégio Americano de Cirurgiões de Mama (ASBS), o Colégio Americano de Radiologistas (ACR) e o Grupo de Trabalho Americano em Câncer (NCCN)”, conclui o mastologista Henrique Lima Couto.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.