A importância dos testes rápidos para reduzir a prematuridade
Criado com o objetivo de conscientizar e disseminar informações sobre os partos que acontecem antes das 37 semanas de gestação, o Novembro Roxo é marcado pelo Dia Mundial da Prematuridade, cujas ocorrências colocam o Brasil entre as localidades na América Latina que apresentam as maiores taxas. De acordo com o Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, do DataSUS, no último ano mais de 300 mil bebês nasceram antes do tempo ideal; um cenário que pode ser redesenhado à medida que a medicina avança e novas soluções de testagem chegam ao país.
É o que explica a médica ginecologista obstetra Cibele Emilia Torres Clemente. Segundo ela, atualmente os testes rápidos que detectam o risco de parto prematuro e rompimento da bolsa amniótica estão entre as soluções mais precisas e não invasivas quando é necessária uma confirmação diagnóstica desses casos.
“Quando ainda existem dúvidas sobre a possibilidade de um parto prematuro, mesmo após a avaliação clínica e a realização de exames, como a ultrassonografia e a cardiotocografia fetal, que avalia os batimentos cardíacos e o bem-estar geral do bebê, os testes rápidos têm ajudado a traçar um plano terapêutico precoce e assertivo que reduz o uso de medicações, intervenções e internações desnecessárias, bem como nos permite agir com eficácia quando é preciso antecipar o parto”, explica a médica.
O diagnóstico é preciso ao detectar fora do útero, na região vaginal, entre a 20ª e a 37ª semana de gestação, a presença de uma proteína específica do líquido amniótico de mulheres grávidas – que indica o rompimento da bolsa. Segundo ela, os exames podem ser feitos em ambiente hospitalar ou ambulatorial e fornecem os resultados em cerca de 15 minutos, o que pode ser crucial quando a gestação apresenta riscos à mãe e ao bebê.
“Os testes são feitos a partir da coleta da secreção vaginal com um swab e depositados em uma fita reagente, tal como se popularizaram as soluções para detectar Covid-19. A partir de um resultado positivo, na maioria dos casos a gestante é então internada para que seja feito um acompanhamento mais próximo e seguro. Nessas situações podem ser administradas medicações, são realizados novos exames laboratoriais ou de imagem, entre outras iniciativas em conjunto com uma equipe multidisciplinar para definir os próximos passos, de acordo com a idade gestacional também”, aponta a ginecologista obstetra .
“Mulheres que já tenham tido partos prematuros previamente e abortos espontâneos, também exigem atenção. Por isso, o mais indicado é fazer essas avaliações constantes, contando com tecnologias e soluções em exames que ajudem a fechar o diagnóstico. Ao sinal dos primeiros sintomas, como dores na parte inferior das costas, contrações constantes, dores na parte inferior do abdômen, vazamento de fluído ou hemorragia vaginal, náuseas e vômitos, é preciso procurar ajuda médica para que seja feita uma avaliação do quadro geral da gestação, a fim de evitar complicações”, destaca Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN.
Os problemas da prematuridade vão além da baixa de peso. Um prematuro que carece de cuidados especiais na UTI, tem três vezes mais o risco de morte e sequelas futuras para a sua vida adulta. “A depender da idade gestacional e a causa do parto antecipado, as consequências podem ser desde sequelas neurocognitivas e psicomotoras decorrentes da prematuridade e suas longas internações e complicações, assim como traumas psicológicos e a transformação da dinâmica de toda uma família. O acompanhamento próximo da gestante, especialmente em casos de alto risco, é essencial”, conclui Cibele.