Ciência e combinação genética integram testes de paternidade de pais falecidos
Assim como cada impressão digital é exclusiva, o DNA também é único, formado por um conjunto de informações genéticas herdadas dos pais biológicos. Essa singularidade transformou a análise genética em ferramenta essencial para os processos de diagnóstico e para o tratamento de doenças, bem como para identificar indivíduos e investigar vínculos biológicos. Dentre as descobertas da ciência, estão os Testes de Paternidade, que permitem comprovar ou descartar vínculos biológicos — mesmo quando os pais não estão mais vivos.
Referência nacional em testes de paternidade com pais falecidos (post mortem), Claudia Ferreira de Souza, especialista em Genética e Identificação Humana, responde pelo setor no Sabin Diagnóstico e Saúde. A profissional, que vivenciou as principais descobertas nas últimas décadas, começando pelo Projeto Genoma, nos anos 1990, explica que, na investigação de paternidade com pai falecido, a coleta é realizada nos parentes de primeiro grau do suposto pai. “É um exame minucioso e complexo, que envolve histórias familiares diversas”, explica a especialista.
De acordo com Claudia Souza, o índice obtido como resultado dependerá do grau de parentesco e da quantidade de periciados no exame. “Para se chegar a resultado conclusivo é preciso o máximo de informações genéticas. Não aceitamos fazer o teste com único familiar porque é preciso reconstruir o perfil do falecido”.
No Sabin Diagnóstico e Saúde, os testes de paternidade são realizados com prova e contraprova. A coleta do material acontece uma única vez, porém, internamente, dois testes são realizados ao mesmo tempo por equipes e lideranças distintas, para, ao fim, comparar os resultados. “Buscamos resiliência nos protocolos de segurança. Instituímos a dupla análise de peritos que revisam, comparam e elaboram o laudo final”, acrescenta a líder do setor de testes de paternidade do Sabin.
Biociência forense
Devido à rigorosa cadeia de custódia do exame de paternidade post mortem, a especialista compara o processo ao trabalho de perito criminal: “Cada atividade obedece a padrões técnicos, fotografias, digitais e vestígios. Tudo é catalogado de maneira específica. Da mesma forma, colhemos e analisamos todas as informações da paternidade, com o cuidado de portar dados tão importantes e sigilosos”.
Embora os exames de DNA realizados no Brasil não sejam regulados por normas de uma instituição nacional, o Sabin adota e segue o sistema dos Estados Unidos, que é fiscalizado pelo Comitê de Ciências Forenses. “Os órgãos reguladores são a American Association of Blood Bank e o FBI. A recomendação americana é que sejam obtidos índices de paternidade iguais ou superiores a 10.000 e probabilidade de paternidade igual ou superior a 99,99%.”
Protocolos de segurança e qualificação do corpo técnico
Os protocolos de segurança vão da coleta ao sigilo do material genético. Todos os profissionais envolvidos com testes de paternidade do Sabin são treinados para a função, da recepcionista ao coletor, chegando ao especialista que elabora o laudo. Cada passo do exame possui protocolo próprio. No atendimento aos participantes, é conferida a identidade, colhida a digital e uma fotografia de cada pessoa. A coleta do material é feita nas unidades do Sabin, sempre por um biomédico, e depois enviada para análise no Núcleo Técnico Operacional central da empresa, localizado em Brasília.