Sabin desenvolve novo teste para detecção de alterações do gene DPYD
O setor de biologia molecular do Sabin Diagnóstico e Saúde desenvolveu um novo teste para detecção de alterações no gene DPYD, que influem diretamente na eficácia de tratamentos quimioterápicos para vários tipos de câncer. Além de permitir controle total sobre o procedimento, o novo teste é mais econômico e mais rápido em relação ao que vinha sendo utilizado.
A quimioterapia combate o câncer ao impedir que as células doentes se multipliquem. Alguns dos medicamentos como o 5-Fluorouracil (5-FU), muito usado contra tumores de mama e de intestino, bloqueiam o DNA das células cancerígenas. Nesse processo, o gene DPYD tem um papel fundamental, pois contém as instruções para produzir uma enzima de mesmo nome, que ajuda o organismo a processar o quimioterápico.
Cerca de 80% da dose do medicamento 5-FU é degradada por essa enzima, permitindo que o tratamento seja eficaz e seguro. Porém, algumas pessoas possuem alterações genéticas que reduzem ou impedem a atividade da DPYD. Isso significa que o medicamento não é metabolizado corretamente, podendo se acumular no organismo e causar efeitos colaterais graves.
Pacientes com essas alterações genéticas têm um risco maior de toxicidade ao usar o 5-FU e outros medicamentos relacionados. “O teste auxilia o médico a tomar a melhor decisão e reduzir os riscos do tratamento para o paciente”, explica a farmacêutica e pesquisadora Andressa Folha Vieira.
Juntamente com o biólogo Fabián Hurtado, Andressa trabalhou no desenvolvimento do novo exame. Ambos integram o setor de biologia molecular do Sabin, coordenado pela bioquímica Lara Velasco. “Poucos laboratórios oferecem este teste, que vem ganhando cada vez mais espaço no protocolo de tratamento de vários cânceres”, afirma Lara.