CAR-T: pesquisa identifica alvos para melhorar eficácia da terapia
A abordagem proteômica (estudo do conjunto de proteínas de uma amostra biológica) tem se consolidado como uma ferramenta essencial no avanço da terapia celular para o tratamento de doenças como o câncer. Um estudo recente, realizado por pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) da USP, oferece uma visão das principais descobertas na área, no que diz respeito à terapia com as células CAR-T. Estas células são linfócitos T que passaram por modificação genética, sendo reprogramados para reconhecer e combater o tumor. O trabalho destaca as proteínas-chave e as vias de sinalização envolvidas na eficácia da terapia.

A pesquisa buscou identificar efetores moleculares relacionados à terapia com células CAR-T em bancos de dados como PubMed e Scopus. A proposta resultou na identificação de proteínas que podem ser alvos-chave para aprimorar a eficácia da terapia. A utilização da proteômica permitirá uma compreensão mais profunda das alterações nessas moléculas, abrindo caminho para novos avanços no tratamento.
Embora a terapia com células CAR-T tenha mostrado resultados promissores no combate aos cânceres hematológicos, ela ainda apresenta limitações, como a síndrome de liberação de citocinas, anomalias neurológicas, perda do alvo terapêutico e custos elevados.
Com os avanços recentes em espectrometria de massas, novas possibilidades para analisar a abundância, localização celular, síntese/degradação e modificações pós-traducionais das proteínas tornam-se viáveis. Isso permite uma compreensão mais detalhada e integrada de processos fisiológicos e celulares, essencial para o aprimoramento da terapia.
O artigo A Proteomics Outlook on the Molecular Effectors of CAR‑T Cell Therapy in Cancer Managemen, publicado no no Journal of Proteome Research, foi conduzido pelo doutorando John Teibo, do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), sob a orientação do professor Vitor Faça. A iniciativa contou também com a colaboração de Virginia Picanço e Castro e Lucas Eduardo Botelho de Souza, pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP. (Com informações do Jornal da USP e Assessoria de Comunicação do CTC e Hemocentro RP)