Telemedicina Humanizada: como oferecer atendimento acolhedor por meio das telas?
Por Jamil Cade
O conceito de atendimento médico humanizado vem ganhando cada vez mais espaço no setor da saúde. Trata-se de fortalecer a relação direta com os pacientes por meio de um atendimento diferenciado e que proporcione tranquilidade e conforto em momentos difíceis. Em um atendimento humanizado, o foco volta-se também para o indivíduo e não apenas para a doença, ajudando-o a estabelecer uma relação de confiança com o seu médico, o que, consequentemente, irá proporcionar maior eficácia nos tratamentos e na prevenção de doenças.
Como a telemedicina teve a sua prática autorizada no Brasil há cerca de um ano, muitas pessoas ainda se sentem receosas em consultar um profissional da saúde na modalidade remota. Por isso, é muito importante que os médicos ofereçam um atendimento acolhedor, garantindo uma comunicação eficaz com o paciente e evitando que este se submeta a exames e procedimentos desnecessários, por conta de uma avaliação médica ineficiente.
Para alguns indivíduos, a telemedicina ainda é uma novidade e nem todos saberão como funciona o atendimento se não houver uma comunicação prévia com o profissional e de fácil acesso e uso para o usuário. Por isso, após o agendamento da teleconsulta, o médico deve enviar as instruções ao paciente, atentando-se a orientá-lo, também, sobre conectar-se em um ambiente tranquilo e sem interferências externas.
Para garantir um atendimento mais eficiente, o paciente e o médico devem estar na sala da teleconsulta no horário agendado, conectados a uma rede de internet, além de um computador, celular ou tablet, com microfone e câmera. O paciente deve fornecer ao profissional o máximo possível de informações sobre a sua saúde, bem como os resultados de exames anteriores, se houver. Além disso, ele deve seguir todas as orientações médicas, garantindo a eficácia dos tratamentos indicados. Já o papel do médico é proporcionar uma escuta e uma boa comunicação, esclarecendo todas as dúvidas e garantindo que o tratamento indicado seja o mais adequado à saúde de cada indivíduo, de acordo com o histórico de cada um.
Apesar de existirem dúvidas, a telemedicina não oferece nenhum impedimento para que o paciente se sinta acolhido, pois o intuito do atendimento remoto é proporcionar a mesma qualidade e eficácia de uma consulta médica presencial. Portanto, cada vez mais profissionais estão se adaptando à prática, que foi essencial para contribuir com o isolamento social e demonstrou eficiência no atendimento de pessoas com dificuldades de locomoção ou que residem em regiões distantes dos centros especializados, com uma medida de satisfação superior à das consultas presenciais, visto que é possível ser atendido em qualquer momento e local, sem necessidade de deslocar-se para a consulta. Vale ressaltar que em caso de necessidade da consulta presencial, o profissional de saúde orienta este desfecho, que hoje ocorre em menos de 20% das teleconsultas.
Apesar de ser considerado um recurso que tem como principal intuito oferecer maior praticidade e conforto aos médicos, ainda existem alguns desafios na telemedicina, sendo que para driblá-los, uma das principais soluções é se vincular a uma plataforma de telemedicina. Dessa maneira, além de proporcionar maior segurança das informações nos atendimentos, o profissional também pode emitir laudos, atestados, prescrições médicas, criar prontuários eletrônicos e consultar as informações dos pacientes, de forma prática e simplificada.
*Jamil Cade é médico há 20 anos e CEO da W3.Care.