Startup lança teleambulatório psiquiátrico focado em LGBTQIA+
O cuidado médico de forma inovadora e com uso da tecnologia é uma das consequências da pandemia da Covid-19 no Brasil. Foi neste contexto que uma startup focada em soluções para medicina, lançou o Teleambulatório gratuito de Psiquiatria, com o foco em pacientes da comunidade LGBTQIA+. A iniciativa já contabiliza quase 2 mil atendimentos gratuitos em um ano. As taxas de depressão, ansiedade, suicídio, transtornos alimentares são maiores na população LGBTQIA+ se comparadas com as de outras pessoas.
“Esta parte da população é vulnerabilizada para desfechos negativos de saúde mental por sofrer com estigma, discriminação e violência vivenciado pela LGBTfobia”, explica Saulo Ciasca, psiquiatra, coordenador da Pós-Graduação em Psiquiatria da Sanar e editor do livro Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado transdisciplinar. Ele é o líder da atividade, que faz parte do programa prático do curso.
Em outubro deste ano o projeto foi reconhecido pela Prefeitura de São Paulo e rendeu o Selo de Direitos Humanos e Diversidade. Iniciado em 2020, o teleambulatório conta com a participação de médicos alunos da pós-graduação de psiquiatria e médicos tutores contratados pela Sanar. Os pacientes foram cadastrados em uma parceria com a Aliança Nacional LGBTI+ e a ONG Mães pela Diversidade. As pessoas preenchem um formulário e é feita uma triagem para priorizar quem está em situação de vulnerabilidade e necessita de cuidados em saúde mental. Quem tiver interesse em se inscrever, deve procurar uma das duas instituições.
“O mais legal é que temos um ganho mútuo, é fundamental na carreira médica saber lidar com a diversidade e as formas de tratar cada paciente, levando em conta o contexto de vida. Os nossos alunos têm acesso a um atendimento em saúde mental para uma parcela expressiva da população, que não é comum em nenhum lugar do Brasil”, explica Ciasca. “É muito prazeroso fazer parte desta iniciativa, como médico, professor e uma liderança que atua no tema há alguns anos”, completa. A expectativa é que com a abertura de mais turmas o número de consultas seja ampliado, atingindo mais pessoas a partir do ano que vem.