Tecnologias na saúde: caminhos para a medicina diagnóstica
Por Wilson Shcolnik
A busca por avanços no campo da saúde tem revolucionado a forma como enfrentamos desafios e promovemos o bem-estar em escala global. No primeiro semestre de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o relatório “Tecnologias emergentes e inovações científicas”, identificando as inovações mais promissoras em ciência e tecnologia capazes de impactar a saúde mundial.
A medicina diagnóstica é um dos setores que se beneficiam. Por exemplo, o desenvolvimento de um diagnóstico viral de baixo custo traria uma mudança significativa na detecção precoce e no controle de doenças infecciosas, especialmente em regiões com recursos limitados.
Além disso, a triagem pré-natal genômica universal e a identificação de distúrbios metabólicos e congênitos permitem obter diagnósticos precisos e orientar o manejo e o tratamento de forma mais eficiente. Já é realidade a aplicação da genômica na caracterização de mutações relacionadas a diferentes tipos de câncer.
Outra inovação é o diagnóstico remoto rápido por meio de dispositivos, que permite a troca de informações em tempo real entre pacientes e médicos, prevenindo doenças e melhorando o gerenciamento de condições médicas, além de fornecer dados para a gestão da saúde pública e economia.
No entanto, é importante reconhecer e gerenciar os riscos, como a falta de confiabilidade e precisão dos resultados de exames; a dificuldade em compreender e interpretá-los; a restrição de acesso devido a altos custos; as preocupações com a privacidade de dados; e a necessidade de garantir padrões de fabricação consistentes.
Para enfrentá-los, convém investir em pesquisa e desenvolvimento; garantir a acessibilidade sem comprometer a sustentabilidade de sistemas de saúde; promover a educação e o treinamento de profissionais de saúde e pacientes; bem como estabelecer ações rigorosas de segurança de dados e privacidade. Neste ponto, a Abramed reafirma o seu papel de protagonista, colaborando na busca por um setor cada vez mais sustentável.
Somente ao nos dedicarmos a mitigar esses riscos poderemos aproveitar o potencial transformador das novas tecnologias.
*Wilson Shcolnik é Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).