Tecnologia na saúde: principais inovações intensificadas pela Covid

Segundo o relatório Scope of Global Healthcare Information System Market, publicado ano passado, o mercado global de sistemas de informação em saúde foi avaliado em US﹩ 95,46 bilhões em 2018 e deverá chegar a US﹩ 158,89 bilhões em 2025. Com regulamentações temporárias a favor da telemedicina e medidas de distanciamento social, a pandemia acelerou ainda mais o processo de saúde digital no mundo todo e as tendências de informação, acompanhamento e atendimento devem sofrer grandes mudanças nos próximos anos.

Segundo a Sami , healthtech de teleatendimento e gestão inteligente, o cenário atual de atendimento em saúde se intensificará ainda mais daqui em diante. “A pandemia está escancarando os maiores problemas dos sistemas de saúde no Brasil e no mundo. Desde a falta de acesso, até custos elevados para pessoas, empresas, hospitais e operadoras. Desta forma, a tecnologia pode ser uma aliada para recriar o setor de forma mais humana, focada no paciente e econômica. Grande parte dos atendimentos médicos poderiam ser resolvidos com cuidados primários, orientações e dúvidas, o que pode ser feito por meio da telemedicina, por exemplo. Relatórios médicos estão sendo digitalizados, acompanhamentos também. Esse movimento não vai acabar com a Covid-19, a tendência é crescente”, explica Vitor Asseituno, presidente da Sami.

Diante disso, a Sami traz três evoluções que devem ser observadas no futuro da medicina mundial:

Sistema de informações de saúde

Um sistema de informações de saúde (health information system, HIS) refere-se a um sistema projetado para gerenciar dados de saúde. Isso inclui sistemas que coletam, armazenam, gerenciam e transmitem o prontuário médico eletrônico de um paciente, o gerenciamento operacional de um hospital ou um sistema que suporta decisões médicas.

Com os históricos médicos centralizados em um banco de dados, por exemplo, todas as informações são unificadas em um único lugar, onde os atendimentos, clínicos gerais, especialistas e, assim por diante, conseguem analisar o melhor tratamento de forma mais personalizada e específica. Essas informações são primordiais ao checar alergias, pressão e outras condições adversas que podem influenciar muito nas doenças e medicamentos.

“Uma consequência dos bancos de dados digitais é a facilidade do acesso ao histórico e resultados de exames pelo próprio paciente. Com essas ferramentas, as pessoas não precisam se deslocar até a clínica para checar os dados, podendo fazer isso pelo computador ou dispositivo móvel. Isso facilita na hora de ir a um hospital que não está habituado, ou realizar um procedimento diferente. Alguns ainda permitem que o mesmo controle quem tem acesso a essas informações”, conta Asseituno.

Dois sistemas hospitalares, dos Estados Unidos (Geisinger) e Israel (Sheba), apresentaram grandes melhorias em qualidade e eficiência por meio da análise tradicional e da IA. Outro exemplo é o da Suíça (Health Record Research Bank) que conta com uma infraestrutura de pesquisa exclusiva e um grande conjunto de registros eletrônicos de pacientes. As informações estruturadas contêm um número de série individual, com idade, sexo, códigos de diagnóstico e medicamentos, além valores laboratoriais e sanguíneos, assim como data e hora da admissão e descarga.

Acompanhamento

Diversos tipos de pacientes demandam um acompanhamento médico. Pessoas com doenças crônicas, passando por um tratamento delicado, mulheres grávidas e idosos são alguns exemplos. Com a tecnologia, os médicos conseguem se comunicar com esse paciente sem precisar de um deslocamento por alguma das partes.

Para o presidente da healthtech, esse sistema é de grande ajuda na pandemia, pois assim as pessoas não saem da quarentena e correm menos riscos. “Mas, além dessa situação atual, existem muitos outros motivos para essa viagem atrapalhar ou ser inviável para ambos pacientes e profissionais de saúde. Então, o acompanhamento consegue ser mais eficiente e confortável.”

Em Israel, por exemplo, o Sheba Medical Center tem monitorado pacientes em unidades hospitalares remotas nos dormitórios e nas garagens subterrâneas. O sensor é posicionado sob o colchão do paciente e analisa a frequência cardíaca, a frequência respiratória e o movimento do corpo do paciente. A equipe médica pode monitorar os pacientes remotamente e ser alertada sobre a deterioração das condições de saúde à medida que elas ocorrem. Essa tecnologia não apenas reduz a exposição do profissional médico ao coronavírus, mas também beneficia os pacientes, melhorando a qualidade dos cuidados de saúde.

Telemedicina

Uma ferramenta que faz bastante diferença no momento atual são as orientações a distância. Podendo ser feitas por telefone, aplicativo, e-mail ou chat, as pessoas conseguem se comunicar com profissionais de saúde para tirar dúvidas sobre o coronavírus ou outros assuntos.

“Melhor que fazer buscas na internet e realizar autodiagnósticos, automedicação se deslocar até um pronto socorro sem necessidade, ou até seguir para um especialista, os pacientes conversam com um médico ou enfermeiro para seguir orientações do que é preciso e necessário ser feito. Esse sistema reduz o custo para todos os lados e gera um paciente mais tranquilo e devidamente encaminhado. Sem trânsito, sem filas e sem exposição”, pontua Asseituno.

De acordo com a análise lançada em maio deste ano, realizado pela empresa estadunidense Frost & Sullivan’s, a estimativa é que o mercado de telemedicina nos EUA sofra um crescimento bastante relevante em 2020, resultando em um aumento ano a ano de 64,3%.

Nos EUA, a Operadora Digital Oscar Health já estava recebendo altas apostas antes da quarentena, com aportes milionários e em plena expansão. A empresa disponibiliza médicos 24 horas para atendimentos a distância, por meio de telefone ou aplicativo, gratuitos e por tempo ilimitado. A partir desta conversa, o médico pode renovar receitas de medicamentos, dar orientações ou indicar o paciente para um especialista.

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