Brasil aposta em tecnologia “Made in Brazil” para reduzir dependência de importações

O governo federal incluiu o setor de dispositivos médicos entre os eixos estratégicos da nova Política Industrial da Saúde, lançada neste ano para incentivar a produção nacional de tecnologias essenciais, reduzir a dependência de importações e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Impulsionada por essa agenda e pela equiparação tributária prevista na Reforma Tributária de 2025, a tecnologia médica Made in Brazil vem ampliando sua presença global com inovação, qualidade e resiliência.

De acordo com a ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, o setor já exporta para mais de 180 destinos e vem consolidando espaço em mercados exigentes como Europa e Ásia, buscando reforçar o papel da produção nacional como símbolo de autonomia e competitividade internacional.

Dados da ABIMO apontam que, entre janeiro e agosto deste ano, as exportações brasileiras de dispositivos médicos somaram US$ 761,6 milhões, um crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2024, com avanço em todos os segmentos — reabilitação (+26,6%), odontologia (+8,1%) e laboratório (+6,3%). Segundo a entidade, o desempenho reflete o fortalecimento tecnológico e regulatório da indústria, reconhecido por autoridades sanitárias internacionais.

A Reforma Tributária, aprovada em 2025 e com entrada em vigor prevista para janeiro de 2027, poderá corrigir uma distorção histórica: hospitais públicos e filantrópicos passarão a ter alíquota zero também nas compras de dispositivos médicos nacionais, e não apenas nas importações. A medida é válida para hospitais cujos produtos estejam listados nos anexos IV, V, XII ou XIII da Lei Complementar 214, e para os hospitais filantrópicos que atendam, no mínimo, 60% do SUS. De acordo com a ABIMO, a medida cria condições mais equilibradas de concorrência e deve estimular a produção local de equipamentos hospitalares, materiais cirúrgicos, produtos para diagnóstico, próteses e instrumentos odontológicos e laboratoriais.

“O conceito de Tecnologia Médica Made in Brazil representa um salto de maturidade para o País. Significa investir em inovação e qualidade com base na confiança regulatória que o Brasil já conquistou, e transformar essa competência em vantagem competitiva global”, afirma Larissa Gomes, gerente de Projetos e Marketing da ABIMO.

O setor, que movimenta mais de US$ 10 bilhões por ano, é hoje um dos pilares da reindustrialização brasileira. Para a ABIMO, o fortalecimento da cadeia produtiva de dispositivos médicos é estratégico não apenas para a economia, mas para a sustentabilidade do sistema público de saúde. A entidade defende uma política permanente de incentivo à produção local, modernização hospitalar e inovação tecnológica.

Entre as propostas apresentadas pela ABIMO ao governo federal, está a criação de linhas de crédito e programas de financiamento voltados à modernização do parque tecnológico hospitalar, com prioridade para a aquisição de equipamentos nacionais. Segundo a entidade, a medida contribuiria para reduzir o déficit comercial do setor, gerar empregos e ampliar o acesso da população a diagnósticos e tratamentos de qualidade.

A entidade também aponta que a alta carga tributária e a defasagem da tabela de remuneração do SUS seguem entre os principais entraves para o crescimento do setor. E, defende uma revisão dos valores pagos pelo sistema público e maior previsibilidade regulatória, de forma a garantir sustentabilidade às empresas que abastecem hospitais e clínicas em todo o país. “Fortalecer a produção local é mais do que uma pauta industrial — é uma política de Estado para garantir autonomia, qualidade e acesso à saúde. Incentivar a indústria nacional assegura o fornecimento contínuo de equipamentos, reduz custos e transforma investimentos públicos em resultados reais para a população”, complementa Larissa.

Para a ABIMO, a consolidação da tecnologia médica Made in Brazil demonstra que o País reúne condições de competir globalmente com inovação e qualidade, ao mesmo tempo em que reforça a base produtiva e tecnológica do sistema de saúde.

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