Como os avanços tecnológicos contribuem para os tratamentos de câncer
Os avanços tecnológicos têm revolucionado a medicina, proporcionando novas possibilidades para o diagnóstico, tratamento e recuperação de pacientes com câncer. Três dessas inovações são a cirurgia robótica, a inteligência artificial (IA) e a telemedicina, que, juntos, têm melhorado significativamente os resultados e a qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Embora estes ainda sejam mecanismos utilizados por poucos, quem conta com as inúmeras possibilidades oferecidas garantem que os resultados são eficazes. É o caso do uro-oncologista André Berger, especialista em cirurgia robótica para o tratamento de doenças benignas e cânceres geniturinários localizados na próstata, no rim e na bexiga, que, todos os dias, tem a tecnologia como uma grande aliada.
“Diariamente, é possível contar com os avanços tecnológicos de diferentes formas. A cirurgia robótica, por exemplo, é um procedimento minimamente invasivo e é indicada para diversos tipos de tratamento no âmbito da urologia. No caso do câncer de próstata, auxilia na preservação das ereções e controle urinário. No tumor no rim, possibilita a remoção segura do câncer, com preservação do rim, mesmo em casos extremamente complexos. A cirurgia robótica promove maior precisão durante o procedimento, menor trauma, recuperação acelerada”, explica o médico.
No caso da inteligência artificial, um estudo da revista médica americana JAMA Oncology, mostrou que o uso da IA foi capaz de detectar câncer de mama com uma precisão de 94,6%. Números semelhantes são observados na detecção e graduação do câncer de próstata.
Para Karen Salim, especialista em IA, contar com esse artifício é excelente, mas os resultados vão depender de dados previamente informados: “É algo muito promissor e, certamente, melhora a precisão do diagnóstico, mas não é infalível. Vejo a IA como uma ferramenta de apoio incrível que pode, sim, proporcionar tratamento personalizado, mas que não pode substituir o julgamento de um médico”, pondera.
Já no caso da telemedicina, a pandemia de Covid-19 pode até ser apontada como um fator que fortaleceu a prática, mas um relatório da Global Market Insights mostrou que esse mercado global deve crescer, aproximadamente, 25% até 2030. Ainda segundo a pesquisa, esse crescimento é impulsionado pela demanda crescente por cuidados de saúde acessíveis e pela evolução das tecnologias digitais.
Berger conclui apontando que os impactos positivos trazidos pela tecnologia à medicina são inúmeros: “São avanços que não só melhoraram a eficácia do tratamento, mas também a qualidade de vida dos pacientes e a sua recuperação. A contínua inovação tecnológica promete ainda mais melhorias no futuro da oncologia e, ainda, aumentar a taxa de sobrevivência global para câncer, que já tem melhorado significativamente. Em países desenvolvidos, por exemplo, a taxa de sobrevivência de 5 anos para todos os tipos de câncer combinados aumentou de 50% na década de 1970 para cerca de 70% na atualidade”, encerra.